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Análise

Ações americanas levaram a ascensão de líder rebelde

DO "NEW YORK TIMES"

Quando as forças americanas revistaram uma casa perto de Fallujah na ofensiva de 2004 contra a insurgência sunita iraquiana, encontraram um homem de cerca de 30 anos sobre o qual nada se conhecia. Registraram seu nome ao recebê-lo no centro de de Camp Bucca: Ibrahim Awad Ibrahim al-Badry.

Aquela figura, então periférica, tornou-se conhecida em todo o mundo como Abu Bakr al-Baghdadi, que se autoproclamou califa do EI (Estado Islâmico) e o arquiteto da violenta campanha do movimento para redesenhar o mapa do Oriente Médio.

A ascensão de Baghdadi foi delineada pelo envolvimento dos EUA no Iraque --a maioria das mudanças políticas que conduziram à sua promoção derivam de uma ação americana.

O Pentágono afirma que Baghdadi, depois de detido em Fallujah em 2004, terminou libertado em dezembro do mesmo ano, junto com outros prisioneiros considerados de baixo escalão.

Mas Hisham al-Hashimi, um acadêmico iraquiano que pesquisou a vida de Baghdadi, diz que o líder passou cinco anos em um centro de detenção americano, no qual, como muitos dos combatentes que o Estado Islâmico tem em campo hoje, se radicalizou ainda mais.

A invasão pelos EUA ofereceu a Baghdadi e seus aliados um inimigo instantâneo e um incentivo ao recrutamento. E a derrubada de Saddam Hussein, cuja ditadura brutal servia para conter movimentos islâmicos radicais, deu a Baghdadi a liberdade que permitiu que suas visões radicais florescessem.

Ele se cercou de antigos militantes do Partido Baath e de agentes de inteligência do regime de Saddam, que sabem lutar. Foi criticado por alguns integrantes do movimento jihadista por sua dependência em relação aos antigos baathistas. Mas seus êxitos enfraquecem os detratores.

Baghdadi eliminou rivais, orquestrou fugas de prisões para reabastecer seu quadro de combatentes e diversificou suas fontes de arrecadação, recorrendo à extorsão, para livrar o grupo da dependência do comando central da Al Qaeda.

Hoje, ele comanda não só uma organização terrorista mas, segundo Brett McGurk, principal encarregado de políticas para o Iraque no Departamento de Estado, "um exército completo". Para ele, o EI "é pior que a Al Qaeda".


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