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Nomeação de premiê acirra crise entre grupos iraquianos

Maliki recusa-se a deixar o cargo, levando ao temor de um golpe de Estado

Mudança é apoiada pelos EUA e ocorre em meio a ofensiva contra grupo radical islâmico no norte do país árabe

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O deputado Haider al-Abadi foi nomeado nesta segunda-feira (11) como primeiro-ministro do Iraque, abrindo uma crise política com o atual ocupante do cargo, Nuri al-Maliki. Ambos são xiitas, segmento majoritário no país (60% da população).

Abadi recebeu o apoio do presidente americano, Barack Obama, cujo governo desejava a saída de Maliki, criticado pelo autoritarismo e pela discriminação a minorias, especialmente os sunitas (35% da população).

Esta atitude é apontada como um dos motivos para o crescimento do grupo sunita radical Estado Islâmico (EI), que avança no norte do país.

A nomeação foi confirmada pelo presidente iraquiano, Fuad Massum, após Abadi ser indicado pela Aliança Nacional, grupo majoritário do Parlamento, ao qual também é filiado Maliki.

Para o atual primeiro-ministro, que quer um terceiro mandato, a indicação de Abadi é inconstitucional por ter sido feita fora do prazo.

Segundo a lei iraquiana, o primeiro-ministro deve ser nomeado 15 dias após a posse do presidente. Como Massum assumiu em 24 de julho, a data limite seria sexta (8).

Desde a eleição de abril, Maliki não conseguiu apoio suficiente no Parlamento para formar um governo.

Neste domingo (10), ordenou que milícias aliadas cercassem a zona verde de Bagdá, área onde ficam os prédios estatais e embaixadas. Também foram erguidos postos de controle na cidade, levando ao temor de que Maliki dê um golpe de Estado.

As autoridades iraquianas afirmam que não houve confronto, mas que a situação na cidade é tensa.

Em discurso no meio de suas férias, Obama parabenizou Abadi e lhe desejou boa sorte. "Hoje o Iraque tomou um passo promissor para formar um governo inclusivo".

Sem referência nominal a Maliki, pediu que todos os líderes políticos iraquianos respeitem a nomeação de Abadi. Ele terá 30 dias para formar um novo governo, em meio à operação contra o Estado Islâmico.

Na última quinta, Obama autorizou bombardeios contra a facção para "evitar um genocídio", em referência a 300 mil pessoas de minorias como cristãos e yazidis que deixaram suas casas.

Os yazidis, um subgrupo curdo, seguem uma religião própria, rejeitada pelo EI.

Cerca de 40 mil membros dessa comunidade estão encurralados no monte Sinjar, perto da fronteira com a Síria. Uma parte conseguiu escapar do cerco dos radicais.

Nesta segunda, os EUA admitiram que têm armado guerrilheiros curdos para tentar derrotar o grupo islamita, que foi expulso pela Al Qaeda por considerá-lo radical demais.


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