Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

eleições americanas

Caso extraconjugal derruba chefe da CIA

Ex-comandante das forças ocidentais no Iraque, David Petraeus renuncia ao cargo 3 dias após a reeleição de Obama

Em nota, Petraeus diz ter mostrado 'extrema falta de discernimento'; general era cotado para a Secretaria de Defesa

LUCIANA COELHO DE WASHINGTON

O general David Petraeus, 60, diretor da principal agência de inteligência americana e creditado por salvar as ações militares dos EUA no Iraque e no Afeganistão como comandante, renunciou à chefia da CIA após o FBI descobrir que ele tinha um caso extraconjugal.

A revelação ocorreu ontem, apenas três dias após a eleição que reconduziu Barack Obama à Casa Branca. O FBI (polícia federal dos EUA) não explicou o motivo da investigação, e, segundo o governo, Obama e o Congresso foram informados somente depois da votação de terça.

Casos extraconjugais são considerados um problema de segurança para autoridades e oficiais que lidem com informações sigilosas, já que abrem brechas para chantagem e especulações sobre o acesso a dados sensíveis.

"Após ser casado por mais de 37 anos, demonstrei extrema falta de discernimento ao me envolver em um caso extramarital", escreveu o general em um curto comunicado.

"Tal comportamento é inaceitável como marido e chefe de uma organização como a nossa. Nesta tarde [sexta], o presidente generosamente aceitou minha renúncia."

A mulher de Petraeus, Holly, com quem ele tem um casal de filhos, não havia se pronunciado até a conclusão desta edição. Ela trabalha na Agência de Proteção ao Consumidor criada por Obama e é filha de um general que dirigia a renomada academia militar de West Point quando o futuro genro se graduou.

Petraeus virou uma estrela da defesa ao coordenar aumento do contingente americano no Iraque e fazer avançar a transição no país no período em que supervisionou as tropas da coalizão ocidental (2007-2008) e à frente do comando central dos EUA para o Oriente Médio, até 2010.

Ele também coordenou as forças militares dos EUA e da Otan (aliança militar ocidental) no Afeganistão) de 2010 a setembro de 2011, quando foi convidado por Obama a assumir a CIA em substituição a Leon Panetta, que se tornou secretário da Defesa.

ASPIRAÇÕES E FALHAS

Mas o militar, que chegou a ser cogitado como eventual candidato à Presidência em 2016, estava na berlinda desde junho.

A razão era o vazamento de informações sigilosas sobre operações da guerra cibernética dos EUA contra o Irã para David Sanger, do "New York Times", que as publicou no jornal e em um livro sobre a política externa de Obama.

A desastrada condução das ações de segurança americanas na Líbia, culminando na morte do embaixador Chris Stevens, aumentou a pressão sobre a inteligência dos EUA.

Em nota, Obama agradeceu ao general dizendo que seus pensamentos estavam com ele e Holly e o elogiou por "rigor intelectual, dedicação e patriotismo".

O general, que era cotado para assumir a Secretaria de Defesa no segundo mandato de Obama, será interinamente substituído na CIA pelo vice-diretor Michael Morell, funcionário de carreira.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página