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Transição Chinesa

PC encerra Congresso e prepara sucessão

Partido que governa a China escolhe novo Comitê Central, que nomeará hoje líderes para os próximos cinco anos

Cerimônia final segue coreografia rígida, com votação unânime, discurso de 'reforma' e praça vizinha fechada

FABIANO MAISONNAVE DE PEQUIM

O Partido Comunista da China encerrou ontem o seu 18º Congresso com a aprovação de um novo Comitê Central, que nomeia hoje as novas lideranças do país para os próximos cinco anos.

Segundo o roteiro da transição, o Comitê Central, com 376 membros (205 com direito a voto), escolhe o Politburo, com 25 integrantes, entre suas fileiras. Esse grupo seleto indicará entre si os sete ou nove integrantes do Comitê Permanente, a instância máxima de poder da China, presidida pelo secretário-geral.

Os novos membros do Comitê Permanente sairão de uma lista de dez nomes divulgada ontem pela agência de notícias estatal Xinhua.

No topo, está Xi Jinping, atual vice-presidente, que vem sendo preparado desde 2007 para substituir Hu Jintao, líder máximo do país.

Xi assume o cargo de secretário-geral do PC hoje, mas só comandará o governo em março, após nomeação pelo Congresso Nacional do Povo, o Legislativo chinês. Não está claro quando chefiará a Comissão Militar, que pode ficar até três anos mais sob Hu.

Os nomes incluem ainda Li Keqiang, provável sucessor de Wen Jiabao como premiê, e o atual vice-premiê para assuntos econômicos, Wang Qishan. Este deve assumir a Comissão Central para Inspeção de Disciplina, posição de combate à corrupção interna.

Wang é tido como negociador duro e experiente em assuntos comerciais -ele esteve no começo do ano no Brasil, onde se reuniu com a presidente Dilma Rousseff.

Sua indicação foi recebida por analistas como um sinal de que a liderança do PC quer melhorar o combate à corrupção, reflexo do escândalo envolvendo Bo Xilai, ex-dirigente que estava cotado para o Comitê Permanente, mas acabou expurgado em meio a relatos de abuso de poder.

CONSTITUIÇÃO

O Congresso também aprovou uma alteração na Constituição do partido para incluir o termo "Perspectiva Científica sobre o Desenvolvimento", espécie de mote do governo Hu Jintao, há quase dez anos no poder.

A partir de agora, o termo de Hu tem status de teoria, no mesmo patamar do pensamento ideológico de antecessores como Mao Tse-tung.

Outra mudança foi a ênfase na necessidade de "progresso ecológico", em referência aos crescentes problemas ambientais da China, principalmente a desertificação e a poluição do ar e de rios e lagos após décadas de crescimento acelerado.

Realizado a cada cinco anos, o Congresso repetiu uma cerimônia de encerramento cuidadosamente coreografada. Nas votações, todos os 2.270 delegados levantavam as mãos juntos no majestoso Grande Salão do Povo, com o enorme símbolo comunista da foice e do martelo ao fundo. Do lado de fora, a vizinha praça da Paz Celestial foi fechada ao público.

O Congresso terminou com uma breve fala de Hu, que recomendou aos delegados:

"Devemos liberar nossas mentes, implantar a política de reforma e abertura, juntar nossa força, superar dificuldades e marchar com firmeza no rumo do socialismo com características chinesas". Depois, uma banda militar tocou a Internacional, hino comunista mundial.


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