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Partidos pró-Estado catalão têm maioria tímida em pleito

Legendas que defendem separação obtiveram resultado decepcionante

Ideia dos separatistas era obter vitória expressiva para chamar consulta popular, mas projeto agora está em dúvida

CLÓVIS ROSSI ENVIADO ESPECIAL A BARCELONA

O grito pela independência da Catalunha até que saiu das urnas de ontem, mas tão fraco que tende a dinamitar a pretensão de Artur Mas, atual presidente catalão, de convocar um referendo pela independência durante o próximo período de governo, em tese de quatro anos.

O próprio Mas admitiu, ao final da apuração, que seu partido, CiU (Convergència i Unió), não tem condições, sozinho, de liderar nem o governo nem o processo que eventualmente conduza a uma consulta pela independência.

Os dois principais grupos pró-independência -CiU e ERC (Esquerra Republicana de Catalunya- fizeram 71 deputados, apenas três a mais que a maioria absoluta dos 135 representantes ao Parlamento.

Mas não é uma aritmética que combine necessariamente com o jogo político. Primeiro, Mas convocara o pleito de ontem antecipadamente (deveria ser em 2014) com o pedido expresso de "maioria excepcional" exatamente para poder trabalhar o referendo.

"É evidente que não a obtivemos", disse ele, reconhecendo o óbvio: a CiU caiu de 62 para 50 parlamentares.

Para poder continuar governando, terá que negociar com a ERC (21 parlamentares) e com o outro grupo pró-independência que elegeu representantes (CUP -Candidatura d' Unitat Popular), com três.

Acontece que esses dois grupos só coincidem com a CiU no desejo de independência. No mais, são críticos ferozes da política de austeridade que Mas adotou na Catalunha e que o governo central impôs em toda a Espanha.

Como o pleito de ontem não era formalmente sobre a independência mas para formar um novo governo, a situação se complicou para Mas.

O pedido para uma maioria excepcional acabou beneficiando a ERC, que pulou de 10 para 21 parlamentares -evidente sinal de que o sentimento pró-independência é forte.

Mas menos forte do que há dois anos: todos os grupos ditos soberanistas elegeram 74 representantes contra 76 em 2010 e longe dos 81 de 1992.

Os partidos nacionais contrários à independência acabaram tendo uma votação superior à que as pesquisas lhes davam: o Partido Socialista ficou com 20 deputados (tinha 28), enquanto o Partido Popular, que governa a Espanha, conseguiu 19, um a mais.

Somando-se a votação de Ciutadan's, também anti-independência, com nove, dá 51.

Não entram na conta os votos da Iniciativa per Catalunya-Verdes (13 parlmentares) nem os da Candidatura d'Unitat Popular (3), porque são votos de esquerda pura, que pouco ou nada têm a ver com o debate em torno da independência, embora a CUP a tenha respaldado firmemente, ao contrário da ICV.


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