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Análise

Elogiado, primeiro-ministro tecnocrata não conseguiu solucionar a crise italiana

WOLFGANG MÜNCHAU DO “FINANCIAL TIMES”

O anúncio feito por Mario Monti de que pretende renunciar ao cargo de premiê da Itália nos diz duas coisas: que a política está se fazendo presente e que a crise está se agravando novamente.

Sempre respeitei Monti como comissário europeu e sábio observador dos assuntos da Europa, mas sou mais cético em relação a seu desempenho como chefe de governo.

A adulação que ele recebia era baseada na ideia de que seria possível resolver os problemas da Itália colocando a política de lado, impondo reformas e austeridade. O consenso na Itália era que apenas um governo tecnocrático seria capaz dessas políticas.

A magia de Monti pareceu funcionar por algum tempo -muito mais do que eu previa. Os juros dos títulos italianos com vencimento em dez anos caíram 200 pontos-base no seu governo porque os investidores, desesperados por notícias positivas, queriam acreditar na magia.

Mas o ano de Monti no governo foi uma bolha que estourou. É provável que italianos e investidores estrangeiros não demorem a perceber que pouca coisa mudou de fato, exceto pelo fato de a economia ter mergulhado em uma depressão profunda.

O mais importante é um líder político que imponha a discussão do futuro da Itália com uma visão clara da escolha que o país terá que fazer.

De outro modo, a Itália correrá o risco de ser encurralada numa posição como a da Grécia, que promoveu políticas semelhantes e agora não tem mais opções a fazer.


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