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Repórter lança livro sobre revolta na Líbia

Gaúcho Andrei Netto passou oito dias detido pelo regime do ex-ditador Muammar Gaddafi

DE SÃO PAULO

O jornalista gaúcho Andrei Netto, 36, está diante de um cadáver estirado no chão.

É o corpo do ex-ditador líbio Muammar Gaddafi, morto no ano passado durante o levante que o destronou. É o homem responsável por décadas de ditadura e dezenas de milhares de mortos. É o homem que foi arrastado pela areia, humilhado por insurgentes. Netto não sente nada.

"Nem remorso, nem desprezo", conta à Folha. O episódio está no livro "O Silêncio Contra Muamar Kadafi", publicado recentemente pela Companhia das Letras.

Na Líbia, o jornalista de "O Estado de S. Paulo" testemunhou o antes, o durante e o depois da revolução. Viu não só o corpo de Gaddafi, mas também o dos insurgentes vitimados pela repressão ao levante. Talvez daí a anestesia diante do ex-ditador morto.

PRISÃO

Entre as experiências do jornalista, porém, se destaca o período em que ele foi impedido de ver qualquer coisa além das paredes da masmorra onde passou oito dias preso pelo regime da Líbia.

"É uma coisa com a qual ainda lido", diz Netto. "O tempo para. Foi uma enorme solidão, um mergulho violento no meu próprio interior."

Apesar de a prisão ter sido um dos pontos críticos da cobertura do repórter, com repercussão internacional e esforços para sua soltura, Netto se incomoda com a ideia de se tornar o personagem central dessa história líbia.

"Fiz questão de mostrar quem estava lutando no terreno. É possível entender e explicar a Primavera Árabe por meio dessas histórias."


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