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Análise

Região em transformação vai testar o novo governo

DANIEL DOUEK ESPECIAL PARA A FOLHA

Em outubro de 2012, a dissolução da coalizão governamental e a convocação de eleições antecipadas em Israel pareciam ter sido planejadas pelo primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, como estratégia para a consolidação de seu projeto de poder.

Na época, Netanyahu desfrutava de índices elevadíssimos de aprovação e uniu seu partido ao do ultranacionalista Avigdor Lieberman.

O tiro, porém, saiu pela culatra. Ao apostar na "direitização" do país, ele parece ter dado fôlego a forças mais radicais que, agora, ameaçam sua hegemonia. Partidos de centro e esquerda, por sua vez, saem revigorados.

Caberia perguntar em que medida isso afeta a relação de Israel com os palestinos e com o Irã. No que se refere ao conflito com os palestinos, Netanyahu sustenta a tese de que, no momento, Israel não tem interlocutor, e o congelamento dos acordos de paz é responsabilidade palestina.

Já em relação ao Irã, o premiê defende a intensificação das campanhas por sanções econômicas, sem descartar uma ação militar para frear seu programa nuclear.

Se esses princípios serão seguidos, só saberemos após a formação da nova coalizão. Isso porque, no sistema parlamentarista e multipartidário israelense, as eleições são apenas o primeiro passo para a constituição do governo.

Se, por um lado, os arranjos necessários para acomodação dos interesses dos diferentes partidos irão definir de forma mais clara os rumos da política israelense, por outro, a campanha eleitoral deixa pouca esperança de avanço nas negociações de paz.

Céticos no que se refere a uma possibilidade de solução, partidos cotados para integrar o próximo governo parecem mais comprometidos em administrar conflitos do que em resolvê-los.

Porém, num Oriente Médio em rápida transformação e diante de um cenário em que pressões externas pelo reconhecimento da Palestina tendem a crescer, a habilidade do novo governo em lidar com eles será posta à prova.


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