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Cameron quer referendo sobre saída da UE

Em discurso hoje, primeiro-ministro do Reino Unido vai propor que assunto seja submetido ao voto popular até 2017

Proposta atende à ala 'eurocética' do partido do premiê, mas aliados veem risco em eventual saída, e EUA são contra

BERNARDO MELLO FRANCO DE LONDRES

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, vai propor hoje a realização de um referendo até o fim de 2017 para definir por voto popular se o Reino Unido permanece ou não na União Europeia.

Ele deve usar o anúncio, antecipado ontem à noite à imprensa, para pressionar os demais países do bloco a fazer concessões em troca da permanência britânica.

Segundo aliados do premiê, a votação popular não seria convocada se a UE aceitar devolver poderes à ilha em áreas como cooperação judiciária, lei trabalhista e pesca.

Essa estratégia levou um dos principais aliados da chanceler alemã, Angela Merkel, a acusar Cameron de fazer "chantagem" contra os demais integrantes do bloco.

Assessores do presidente Barack Obama também deixaram claro que os Estados Unidos são contra uma possível saída do Reino Unido.

"O próximo manifesto do Partido Conservador, em 2015, pedirá aos britânicos mandato [na eleição desse ano] para negociar novo acordo com nossos parceiros europeus na próxima legislatura", dirá Cameron em seu discurso.

"Quando tivermos negociado esse novo acordo, faremos um referendo com uma escolha muito simples: ficar na União Europeia nesses novos termos ou sair dela completamente", prosseguirá.

O Reino Unido já participa da UE em condições especiais. A principal delas foi a recusa a trocar a libra esterlina pela moeda única do bloco, o euro, que entrou em circulação no início de 2000.

A proposta do referendo atende à maioria "eurocética" do partido de Cameron, que tem perdido espaço nas pesquisas para o Ukip, uma sigla nacionalista de extrema direita que defende a ruptura completa com a Europa.

No entanto, uma ala dos conservadores e o Partido Liberal-Democrata, que ajuda a sustentar sua coalizão, têm advertido o primeiro-ministro para os riscos de uma eventual saída do bloco.

Entre os principais argumentos desse grupo estão a possível fuga de investidores e a perda de peso político do Reino Unido caso ele passe a atuar de forma isolada.

Cameron tem respondido que uma eventual saída da UE não significará a ruptura de contratos nem a redução do comércio com os países que permanecerão no bloco.

A ameaça do primeiro-ministro parece ter respaldo popular. De acordo com uma pesquisa divulgada no dia 12 pelo jornal "The Guardian", 53% dos britânicos votariam a favor da saída do bloco.

A oposição trabalhista já partiu para o ataque. Ontem, o líder da oposição, Ed Miliband, disse que Cameron vai se revelar um "primeiro-ministro fraco, conduzido pelo seu partido e não pelo interesse econômico do país".


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