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Análise

Recuperação da economia americana ainda é frágil

O Congresso deve definir rota fiscal que propicie equilíbrio em médio prazo

DO “FINANCIAL TIMES”

Recuperações não deveriam ser interrompidas por um trimestre de crescimento negativo. Mas a economia dos Estados Unidos, que encolheu em 0,1% nos três meses finais de 2012, continua a enfrentar dificuldades.

A maior parte da contração pode ser atribuída a fatores extraordinários, como por exemplo o clima desfavorável, cortes nos estoques das empresas e uma redução acentuada nos gastos com a defesa.

Ainda assim, muitos analistas continuam prevendo que os EUA retomem seu crescimento em ritmo próximo à tendência natural de 2,5% anuais, no primeiro trimestre.

Mas é preciso evitar a complacência. O momento não é de aperto -quer de ordem monetária, quer de ordem fiscal.

A maior ameaça vem do arrocho fiscal que deve vigorar a partir de 1º de março.

Até o momento, os mercados vêm contemplando sem grande preocupação as trapalhadas fiscais. Mas o risco de que o Congresso não aceite um acordo sensato, e com isso provoque a adoção automática de cortes profundos de gastos, é real.

De fato, a decisão que o Partido Republicano tomou na semana passada de empurrar a batalha quanto ao limite da dívida federal para maio incentiva seus integrantes a jogar duro quanto ao aperto fiscal.

Caso não surja acordo, os Estados Unidos terão de arcar com US$ 110 bilhões em ortes de gastos do governo federal a partir de 1º de março. O montante seria mais ou menos igual ao envolvido no descongelamento das contribuições sobre as folhas de pagamentos, que voltam a ser recolhidas em valor pleno a partir deste mês.

Um novo impacto dessa ordem pode bastar para zerar o crescimento norte-americano. Agora, como sempre, o objetivo do Congresso deveria ser definir uma rota fiscal sensata que propicie equilíbrio orçamentário em médio prazo sem colocar em risco as perspectivas de crescimento em curto prazo.

Os contornos essenciais de um acordo não são difíceis de descrever -reduções nos gastos com o programa federal de saúde Medicare e também com a previdência, adotadas gradualmente.

Como sempre, o problema está na política. Se nada mais mudar, 2013 será o ano em que a economia dos EUA enfim retomará seu ritmo. Mas as perspectivas continuam frágeis. O Congresso deveria evitar medidas que agravem ainda mais a situação.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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