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New York Times

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Apesar da crise, gestores de hedge funds ganham bilhões

Por JULIE CRESWELL

Nos últimos anos, a crítica aos grandes "hedge funds" (fundos de investimentos de alto risco) de Wall Street -aqueles que investem bilhões em nome de fundos de pensão, fundações e indivíduos ricos- é que eles são simplesmente grandes demais para terem um desempenho acima do mercado.

Mas vários gestores de "hedge funds" conseguiram driblar essa tendência e receberam enormes remunerações no ano passado.

Eles acumularam essa riqueza à moda antiga: conseguindo grandes dividendos para seus clientes.

É verdade que vários dos titãs dos "hedge funds" levaram mais de US$ 1 bilhão para casa em 2012 apesar de não terem conseguido acompanhar os grandes lucros das Bolsas.

É o caso de Steven Cohen, que controla um patrimônio de US$ 15 bilhões na SAC Capital Advisors, mas ficou abaixo dos dividendos do mercado em 2012. Sua remuneração, no entanto, foi de cerca de US$ 1,4 bilhão, o que lhe rendeu o terceiro lugar entre os mais bem pagos gestores de "hedge funds".

Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates, foi outro que não conseguiu superar o mercado. Mesmo assim, terminou o ano US$ 1,7 bilhão mais rico, segundo o ranking anual do boletim "Institutional Investor's Alpha".

Mas, para vários nessa lista dos mais ricos, boas apostas na Bolsa resultaram em boas remunerações. David Tepper, responsável por gerir US$ 15 bilhões na Appaloosa Management, transformou o modesto prejuízo de 2011 em um lucro líquido de 30% no ano passado, graças em parte a grandes apostas no Citigroup, na Apple e na US Airways.

Essas ações ajudaram Tepper, que cobra uma taxa de administração de 2% e fica com 20% a 30% dos lucros, a faturar US$ 2,2 bilhões para si -suficiente para deixá-lo no topo do ranking.

Os bons rendimentos também ajudaram Leon Cooperman, da Omega Advisors, que supervisiona um patrimônio de US$ 7,3 bilhões. Ele duplicou seu capital na participação do seu fundo na Sprint Nextel e recolheu lucros da Apple.

Assim, sua empresa ofereceu retorno de 28% em 2012, e Cooperman ficou com US$ 560 milhões.

"Os gestores que foram bem no ano passado são aqueles que focaram na pesquisa fundamental do mercado primário de ações", disse Carter Furr, gerente de carteira do Signature, escritório familiar independente, da Virgínia, que tem um patrimônio de US$ 2,8 bilhões.

"Os caras que ficaram prestando atenção no quadro macro, presos ao noticiário e ao alarmismo, perderam de vista o fato de que estávamos tendo uma furtiva recuperação nos Estados Unidos."

Apostas ousadas e retornos robustos são exatamente o que os investidores de "hedge funds" querem, mas com excessiva frequência, nos últimos anos, eles pagaram taxas muito altas por um retorno muito baixo.

Na média, os "hedge funds" renderam 6,4% no ano passado, segundo um índice compilado pela Hedge Fund Research. Para efeito de comparação, o índice S&P 500 da Bolsa de Nova York subiu 16%, quando se levam em conta os dividendos.

Em grandes empresas, mesmo retornos baixos podem produzir remunerações enormes. Essas empresas geralmente cobram uma taxa de administração, mais uma grande fatia dos lucros. O "Institutional Investor's Alpha" chega às suas cifras estimando o percentual das taxas destinado aos gestores e também a participação pessoal deles nos fundos.

Embora os fundos administrados dentro da Bridgewater, de Dalio, tenham rendido de 1% a 12%, Dalio obteve grande parte da sua bilionária remuneração das tarifas que a empresa cobra sobre os US$ 83 bilhões investidos no "hedge fund" sob sua supervisão, segundo a "Institutional Investor's Alpha".

Da mesma forma, a SAC Capital Advisors, alvo de uma investigação sobre uso de informações privilegiadas, teve um retorno de 13% no ano passado, inferior ao mercado. Ainda assim, Cohen embolsou US$ 1,4 bilhão, porque sua empresa, que administra US$ 15 bilhões, cobra dos investidores uma taxa de 50% sobre o desempenho do fundo.

Cohen não foi acusado de nenhuma irregularidade, mas a SAC aceitou pagar US$ 616 milhões num acordo relacionado a duas acusações de uso de informação privilegiada.

James Simons recebeu uma vultosa remuneração apesar do desempenho irregular da companhia que ele criou. Os fundos hospedados no setor de corretagem de títulos via computador da sua Renaissance Technologies geraram resultados que variam de um prejuízo de 3,1% a um lucro superior a 27%.

Embora Simons, 74, não comande mais o dia a dia da empresa, ele ficou em quarto lugar, com uma remuneração de US$ 1,1 bilhão, em parte graças ao dinheiro que investiu pessoalmente.

Muitos outros na lista deste ano tiveram resultados acima dos 10% e superiores aos do mercado. O Citadel, de Chicago, cujos dois maiores fundos quase quebraram em 2008, ofereceu um retorno de 20% em 2011 e 25,5% no ano passado. Seu diretor Kenneth Griffin recebeu US$ 900 milhões em 2012, o que fez dele o quinto da lista.

Outro astro entre os gestores que fez grandes apostas em um fundo altamente concentrado foi Edward E. Lampert. Sua ESL Investments saltou 20%, graças a lucros na Sears e Auto-Nation. Lampert faturou US$ 750 milhões.

Ações da Gap e de outras redes de varejo foram vantajosas para Stephen Mandel Jr.. Alguns dos fundos funcionam dentro da sua Lone Pine Capital, que administra cerca de US$ 22 bilhões. Mandel ganhou US$ 580 milhões no ano.


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