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New York Times

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Ciência busca nova vacina antigripe

Por CARL ZIMMER

Com a intensificação da temporada da gripe no hemisfério Norte, os médicos têm um novo arsenal de vacinas à sua disposição. Elas geralmente protegem bem, mas por pouco tempo.

"Na história da imunologia, é a única [vacina] que atualizamos a cada ano", disse Gary Nabel, diretor do Centro de Pesquisa de Vacinas do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos.

É assim desde o advento da vacina antigripe, na década de 1950. No entanto, estudos recentes trazem esperanças de uma mudança. Nabel e outros especialistas anteveem uma época em que as vacinas sazonais contra a gripe sejam substituídas por uma imunização duradoura.

"Essa é a meta: duas doses quando você é jovem, e aí reforços mais tarde", afirmou Nabel.

Essa vacina seria de grande valia na luta contra surtos sazonais de gripe, que matam cerca de 500 mil pessoas por ano. Mas Sarah Gilbert, da Universidade de Oxford, argumenta que ela poderia trazer um benefício ainda maior.

"A vacinação universal trará fim à ameaça de uma pandemia de influenza", escreveu ela em um recente relatório.

As vacinas melhoram a proteção imunológica própria do organismo. As atuais vacinas antigripe protegem as pessoas ao permitir a produção de anticorpos antes do contato com os vírus. Mas a incessante evolução da influenza obriga os cientistas a reconfigurar a vacina a cada ano.

Meses antes da temporada de gripes, eles precisam intuir quais cepas serão dominantes. Os laboratórios então combinam fragmentos de proteínas dessas cepas para criar uma nova vacina.

Há muito tempo, os cientistas buscam formas de romper esse ciclo, desenvolvendo uma vacina que funcione contra qualquer tipo de influenza. Essa vacina universal contra a gripe precisaria atacar uma parte do vírus que mude pouco de ano para ano.

Gilbert e seus colegas estão tentando produzir uma vacina, baseada nos linfócitos T, que possa localizar esse alvo. Os cientistas já descobriram que, quando as células T aprendem a reconhecer proteínas de um tipo de vírus, elas conseguem atacar muitos outros tipos.

Enquanto os pesquisadores de Oxford se debruçam sobre as vacinas com linfócitos T, outros estão desenvolvendo vacinas capazes de gerar anticorpos que sejam eficazes contra muitos vírus da gripe -ou talvez contra todos.

A primeira dica de que tais anticorpos existem surgiu em 1993, quando pesquisadores japoneses contaminaram ratos com o vírus da gripe H1N1. Eles extraíram anticorpos dos animais e os injetaram em outros ratos. Os espécimes que receberam os anticorpos demonstraram estar protegidos contra outro tipo de gripe, a H2N2. Mas, na época, isso foi visto com estranheza, segundo Ian Wilson, do Instituto de Pesquisas Scripps, de San Diego. Os novos anticorpos atacam outras partes dos vírus que não os alvos das vacinas atuais.

"Todo o campo está estimulado", disse Wilson. "É uma ótima época."


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