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New York Times

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Ensaio - Perri Klass, M.D.

Desenvolvimento masculino exige atenção

O sistema reprodutivo masculino parece bastante simples e acessível. Mas não é nada simples.

Pesquisas sugerem que deveríamos dar mais atenção ao desenvolvimento masculino, não apenas para ajudar os meninos a entenderem e a cuidarem de uma parte especialmente sensível e vulnerável de sua anatomia, como também para ajudar a responder a perguntas sobre o que acontece com os meninos e seu crescimento.

Como parte do exame de todo bebê menino, os pediatras verificam uma condição relativamente comum conhecida como criptorquidia, que significa um testículo escondido ou secreto.

Entre 3% e 5% dos meninos recém-nascidos têm pelo menos um testículo que não desce para o escroto.

Em casos de criptorquidia, o testículo pode descer por conta própria durante os primeiros meses após o nascimento.

Se não o fizer, existe uma operação, a orquiopexia, que o libera para descer ao escroto. A maioria dos cirurgiões prefere operar quando o menino tem cerca de um ano. Se o testículo permanecer no abdome, onde a temperatura corporal é maior, as células germinais não amadurecem adequadamente e a futura produção de esperma e a fertilidade correm riscos.

Os médicos também se preocupam com a criptorquidia por causa da ligação dessa condição com o câncer ao longo da vida.

Uma análise publicada recentemente em "The Archives of Disease in Childhood" [Arquivos de doenças na infância] descobriu que os meninos nascidos com testículos retraídos têm um risco três vezes maior de desenvolver câncer nos testículos. Os meninos que têm esse problema ao nascer precisam aprender a fazer autoexames regulares.

"A mensagem para os pais é levar os meninos para serem examinados por um especialista", diz o doutor Robert Carachi, professor de pediatria cirúrgica na Universidade de Glasgow e um dos autores do estudo.

Os exames regulares para todos os meninos e homens não são recomendados atualmente porque podem causar ansiedade e não demonstraram uma melhora nos resultados para aqueles que particularmente não correm risco.

Existem novas evidências, também relacionadas ao exame testicular, de que o ritmo da maturidade pode estar mudando de maneira perturbadora para os meninos, assim como para as meninas.

Quando os meninos chegam à puberdade, as primeiras mudanças invisíveis causadas pelos sinais hormonais ocorrem nos testículos. Eles começam a aumentar.

Comparado com o desenvolvimento físico das meninas, esse aumento modesto no volume dos testículos não é realmente perceptível para os pais ou para os próprios meninos, disse Marcia E. Herman-Giddens, professora-adjunta de saúde maternal e infantil na Universidade da Carolina do Norte.

Mas um estudo feito em 2012 pela doutora Herman-Giddens e colegas com 4.131 meninos descobriu que um aumento sutil do testículo, que indica o início da puberdade, está acontecendo mais cedo do que se verificou em estudos anteriores. As mudanças podiam ser medidas em média aos dez anos. De modo geral, os pesquisadores concluíram que a puberdade masculina parece estar começando de seis meses a dois anos antes do que costumava ocorrer.

A doutora Herman-Giddens também foi uma das principais autoras de um estudo semelhante, publicado em 1997, que causou comoção ao sugerir que a puberdade feminina estava chegando mais cedo. Alguns fatores considerados associados à puberdade feminina antecipada -obesidade, modificações na dieta, substâncias químicas no meio ambiente que afetam os hormônios- também podem estar atuando nos meninos, mas os mecanismos não são compreendidos.

A doutora Herman-Giddens disse que há muito menos atenção da mídia para as notícias sobre a puberdade dos meninos, indicando que as mudanças precoces nos homens -em particular o aumento dos testículos- são muito menos visíveis que o desenvolvimento precoce dos seios nas meninas.

"Os hormônios sexuais, especialmente a testosterona, estão aumentando no corpo dos meninos, o que faz os testículos começarem a crescer e tem um efeito no comportamento do menino", disse a médica. "Mas o discernimento e outros aspectos da maturidade psicológica não estão acontecendo mais cedo."


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