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Opinião

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Kenneth Maxwell

Cavalheiros decaídos

Na terça, a rainha Elizabeth 2ª celebrou sua coroação --60 anos atrás-- na abadia de Westminster. Toda a família real compareceu, incluindo o duque de Edimburgo, 92, consorte da rainha. O príncipe Charles estava lá com a mulher, Camilla Parker-Bowles.

Os "correspondentes reais" dos programas noticiosos na TV vêm trabalhando sem parar para reabilitar Camilla. Não conseguiram resistir a apontar que havia dois futuros reis presentes na abadia de Westminster: Charles 3º, filho da rainha Elizabeth, e William 5º, seu neto. Além do bebê ainda não nascido de William e Kate, que será bisneto ou bisneta da rainha e futuro monarca (se a Casa de Windsor sobreviver até lá).

O príncipe Charles foi reabilitado aos olhos do público, em alguma medida. Ele e Camilla recentemente compareceram à cerimônia de abertura do Parlamento, e seus tronos foram colocados à direita do trono da rainha e do trono do príncipe Philip, abaixo do trono da soberana, claro, mas pelo menos estavam lá.

O premiê David Cameron voltou das férias em Ibiza. Ele partiu pouco depois do brutal assassinato do tamboreiro cerimonial e recrutador militar Lee Rigby diante do quartel da Real Artilharia em Woolwich, sudeste de Londres, por londrinos que aspiravam a ser terroristas jihadistas.

A rainha visitou o quartel de Woolwich na semana passada. A visita era, no entanto, parte de sua agenda há muito tempo. Ela não parou para ver as flores depositadas em homenagem a Rigby perto do lugar em que ele foi morto.

O Parlamento, enquanto isso, continua embrulhado em uma história de tráfico de influência. Seria de esperar que os políticos britânicos tivessem aprendido com a saga brasileira de dinheiro carregado em meias, com as armadilhas preparadas por jornalistas se fazendo passar por lobistas e com as conversações comprometedoras em celular que terminam grampeadas. Mas não aprenderam. Uma vez mais, a cobiça triunfou.

Três membros da Câmara dos Lordes, dois dos quais trabalhistas, e um membro conservador da Câmara dos Comuns foram apanhados se oferecendo para fazer lobby em troca de dinheiro. Negaram as acusações, mas foram todos gravados em vídeo clandestinamente aceitando propostas de lobby e especificando quanto queriam como pagamento.

O governo rapidamente prometeu apresentar uma lei que resolveria o problema. A promessa, porém, já foi feita antes. Cameron também prometeu combater o extremismo islâmico. Sua solução é mais vigilância. Ironicamente, os dois homens acusados pela morte do soldado Lee Rigby já eram conhecidos do MI-5, o serviço secreto britânico.


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