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Opinião

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Daniel Feffer

TENDÊNCIAS/DEBATES

Presente para o futuro

Precisamos aprimorar a capacidade de planejar. O estímulo ao consumo chegou ao limite. É preciso investir na recuperação da indústria

Sabemos que o brasileiro é reconhecido por sua determinação, capacidade de realização e também de improvisação. Essas são características importantes e que devem ser valorizadas.

Mas há uma competência que precisamos aprimorar: a capacidade planejar a médio e longo prazo para concretizar todos os nossos objetivos, respeitando orçamentos e prazos, tudo com gradualidade.

Para vários setores industriais, como por exemplo o de celulose e papel, é básico planejar tendo um horizonte de cinco a dez anos, como exige o ciclo de crescimento produtivo e sustentável da principal matéria-prima do nosso setor, o eucalipto. E o que são dez anos na vida de um país?

Para que isso seja possível, há que se mudar a cultura. Quem tem o poder de convocação, de convencimento, é que consegue influenciar essas mudanças, definindo metas ambiciosas, que se tornam exequíveis à medida que as partes envolvidas tenham contribuído para o processo.

Lançar a meta de dobrar a renda per capita brasileira na próxima década, como anunciou a presidente Dilma, é um grande passo nessa direção. E o governo pode atuar como um verdadeiro maestro que, com sensibilidade, visão crítica e determinação, cuidará para que cada componente esteja preparado para contribuir para esse grande projeto.

Precisamos construir uma visão de futuro, com seleção criteriosa de prioridades e garantia dos recursos necessários. Assim, estaremos preparados para nos destacar em um mercado cada vez mais competitivo.

Temos muitos centros de competências no país para estruturar esses planejamentos. Entre eles, a Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade, a CNI (Confederação Nacional da Indústria), a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) e o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). E especialmente o BNDES e os ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, entre outros.

É preciso, portanto, coordenar essas forças para criarmos bases sólidas para um processo de crescimento sustentável ao longo de décadas.

O ritmo de crescimento da economia está atrelado ao nível de confiança do empresariado, já que um ambiente de negócios saudável estimula o investimento.

E não é mera coincidência que nos anos em que a indústria de transformação alcançou maior crescimento, presenciamos o melhor desempenho econômico no Brasil, com importantes taxas de investimento e produtividade.

O caminho do estímulo ao consumo chegou ao seu limite. É preciso investir para recuperar a indústria nacional. O governo iniciou processos importantes, como a redução da taxa de juros, as desonerações, inclusão social e incentivo a PPPs (parcerias público-privadas), mas deve avançar.

Todos sabemos que o sistema tributário, a logística, a educação e o câmbio, entre muitos outros pontos importantes, precisam ser endereçados e enfrentados com políticas claras e duradouras. Mas não dá pra fazer tudo de uma só vez, e a inflação está no nosso calcanhar para nos lembrar disso.

Muito vem sendo feito para sobrevivermos a esse volátil cenário mundial. É chegada a hora de planejar o futuro e agir com gradualidade, com foco em metas claras de longo prazo.


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