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Opinião

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Eduarda La Rocque

O saldo social das UPPs

Retomar um espaço antes ocupado por traficantes foi um grande avanço. Agora, precisamos tornar as regiões pacificadas mais habitáveis

Fazer as favelas se desenvolverem é um trabalho árduo. Após cinco anos de instalação da primeira UPP (unidade de polícia pacificadora) no Rio de Janeiro, completados neste mês, podemos comemorar avanços bem expressivos.

A UPP Social é a estratégia adotada pela Prefeitura do Rio de Janeiro para promover a integração urbana, social e econômica das áreas da cidade beneficiadas. Ela é coordenada pelo Instituto Pereira Passos (IPP), o qual presido.

Essa experiência tem reforçado a minha visão de que um planejamento conjunto e integrado das políticas públicas dos diversos setores da administração municipal --e sua articulação com o governo estadual, federal, iniciativa privada, universidades e terceiro setor-- é fundamental para que haja eficiência e efetividade na execução dos projetos.

O IPP tem grande participação nesse processo, fornecendo números e dados importantes para que os 13.093.078 metros quadrados de comunidades pacificadas sejam organizados da melhor forma possível. E as primeiras mudanças já estão sendo percebidas.

A cobertura da Estratégia Saúde da Família passou de 3% em 2008 para 41% em toda a cidade e 75%, nas áreas pacificadas. Sendo que em 12 comunidades já é de 100%.

Em educação, vale lembrar que dos 190 espaços de desenvolvimento infantil implantados no Rio, 46 foram construídos nas regiões que receberam a pacificação.

Ambos os avanços são provas da intenção da atual administração em promover um pacto social pela paz e ir além da segurança pública.

Mas ainda temos o que avançar. A Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) já adquiriu novos equipamentos como caminhões menores e triciclos que circulam melhor pelo terreno peculiar de um morro. A retirada do lixo nas comunidades ainda é um desafio que esperamos solucionar em breve.

A Rioluz (Companhia Municipal de Energia e Iluminação) instalou mais de 5.000 novos pontos e modernizou outros 15 mil nessas regiões, muitas vezes escurecidas por traficantes que derrubavam postes e quebravam lâmpadas.

Para que todo esse investimento fosse possível --e já foram destinados R$ 1,5 bilhões-- a UPP Social, um modelo inovador que a prefeitura tem consolidado, usou a gestão da informação como um importante aliado para a eficácia das mudanças.

O programa é uma parceria com o ONU Habitat (Programa das Organizações das Nações Unidas para Assentamentos Humanos), e para dar certo precisa de integração de política pública e representatividade em toda a comunidade. Diálogo com resultados.

Retomar um espaço antes ocupado por traficantes foi um grande avanço. Agora, precisamos tornar a região cada vez mais habitável, com moradia digna, garantindo os direitos básicos de qualquer cidadão.

Caminhamos para a solução de um problema secular. Demos o primeiro passo e temos que seguir em frente. O desafio será proporcional ao tamanho dessas regiões e aos anos de descaso. Não podemos retroceder. É visível que nos próximos anos, com todos esses investimentos, teremos uma cidade mais igual e integrada. A mudança já começou.


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