Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Opinião

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Paulo Maluf

Vamos salvar o elevado

As infiltrações e o crescimento de vegetação no elevado Costa e Silva se devem à falta de manutenção, o que deveria ser feito permanentemente

O elevado Costa e Silva não é, como gostam de dizer alguns desinformados, apenas a ligação por via elevada entre a praça Roosevelt e largo Padre Péricles, em Perdizes.

O elevado é muito mais do que isso. Faz parte de um conjunto de viadutos, túneis e trechos elevados, que ligam o lado leste à parte oeste da cidade. Foi feito em pouco mais de um ano. As obras começaram em outubro de 1969 e foram entregues à cidade em prazo recorde, no dia 24 de janeiro de 1971.

Há elevados em todas as grandes cidades do mundo e ninguém pensou ou pensa em derrubá-los. Os que existem em Nova York, no East River e no rio Hudson, fazem parte do bom fluxo do trânsito da cidade. Foram feitos pelo prefeito La Guardia, na década de 1930. Na Inglaterra, o elevado que liga o aeroporto de Heathrow a Londres existe há 40 anos e é um dos mais movimentados do mundo.

Em Tóquio, há elevados em três andares e paga-se pedágio para se transitar por eles. A Périphérique de Paris liga, por elevado, todos os seus bairros. O aeroporto de Ezeiza, na Argentina, é ligado a Buenos Aires por um elevado.

O elevado Costa e Silva foi feito para fazer a ligação leste-oeste da cidade. Fazem parte dessa ligação as obras construídas na minha administração: os baixos da praça Roosevelt; a própria praça Roosevelt (inaugurada em 25 de janeiro de 1970) e a sua ligação com a rua da Consolação; o viaduto do Café em cima da avenida Nove de Julho, o viaduto Júlio de Mesquita Filho por baixo da avenida Brigadeiro Luís Antônio, o viaduto Okuhara Koei, o viaduto Guilherme de Almeida sobre a rua da Liberdade; o viaduto sobre a 23 de Maio.

Além desses, o viaduto do Glicério e todo o complexo de viadutos do parque D. Pedro 2º (conhecido como minhoquinha) fazem a ligação com a avenida do Estado e a avenida Radial Leste.

O elevado Costa e Silva não pode e não deve ser considerado uma obra isolada. Ele é parte de um sistema viário que liga as regiões oeste e leste por cerca de 15 viadutos e passagens de nível. É como se, num relógio de 15 engrenagens, nós tirássemos uma e esperássemos que as outras 14 funcionassem. O relógio vai parar.

Nesse sistema viário, passam quase 100 mil veículos por dia. Ou seja, 2,5 milhões de veículos por mês. Em que sistema viário esses veículos iriam trafegar?

Além do mais, é uma mentira repetida muitas vezes que o tráfego por cima do elevado é mais barulhento do que o da avenida São João. Na minha gestão, o Laboratório de Fonética e Acústica da prefeitura mediu os ruídos da avenida São João. Isoladamente, são muito maiores, pois, em cima do elevado, o trânsito flui normalmente e não há engarrafamento.

Quanto ao recente alagamento de um trecho do elevado, com infiltrações em suas estruturas e o nascimento de vegetação em suas bordas, isso se deve simplesmente à falta de manutenção na obra, o que deveria ser feito permanentemente.

Que saudades do tempo em que obras dessa envergadura eram feitas em um ano e meio. Me dá tristeza ver, no Brasil, obras paralisadas há 10 anos.

São Paulo, graças a Deus, é hoje respeitada internacionalmente pela coragem de seus habitantes. Coragem que deve construir mais e não ceder à tentação de ter mídia com destruição.

A São Paulo da minha visão foi sempre a São Paulo da construção. Sempre que alguém quer que o governo derrube alguma coisa, é porque quer ver destruídos os bens que a cidade tem.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página