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Tucanos planejam boicotar Afif no governo
Vice se afastou do ministério de Dilma para assumir cargo durante viagem de Alckmin
Os tucanos pretendem isolar o vice-governador Guilherme Afif Domingos (PSD) no período em que ele estará à frente do Executivo paulista, até a próxima quarta-feira.
A estratégia dos aliados do governador Geraldo Alckmin (PSDB) é boicotá-lo, evitando conversas oficiais dos secretários com Afif, a não ser que ele os convoque para reuniões, ou algo parecido.
Afif assumiu ontem às 17h o governo do Estado em substituição a Alckmin, que viajou para a França para defender a candidatura da capital paulista a cidade-sede da Exposição Mundial de 2020.
A orientação no PSDB é que o primeiro escalão estadual busque manter, no máximo, uma relação protocolar com o vice-governador, e nada além disso, como forma de constrangê-lo e isolá-lo em represália à decisão de assumir o cargo de Alckmin.
Desafeto do tucano, Afif assumiu há um mês o cargo de ministro da Micro e Pequena Empresa a convite da presidente Dilma Rousseff, num movimento de aproximação do PT com o PSD e, ao mesmo tempo, de distanciamento do PSDB paulista. Ao virar ministro, ele avisou que não abriria mão do mandato de vice-governador do Estado.
Um parecer do Ministério Público de São Paulo recomenda à Assembleia Legislativa que declare a perda do cargo de vice.
Amparado por análise da Advocacia-Geral da União, Afif decidiu pedir exoneração do ministério na última sexta-feira para comandar o governo de São Paulo até quarta, quando termina a viagem de Alckmin. Depois, retornará ao cargo de ministro.
O próprio Afif foi avisado nos bastidores do clima hostil que deve encontrar pela frente na função de governador nesta semana. Teoricamente, ele tem poder para exonerar secretários e assessores se quiser, e poderá usar o cargo para chamar atenção para ações na área de segurança pública, em que Alckmin tem sofrido críticas.
O PSD, partido de Afif e do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, que pretende se candidatar ao governo do Estado nas próximas eleições, tem usado os problemas dessa área para atacar a administração de Alckmin.
Ontem, por meio de sua assessoria, Afif afirmou que não pretende fazer nada fora da rotina nos próximos dias. Ele deve despachar no seu gabinete de vice-governador.