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O papa no Brasil

Papa divulga reforma no dia em que vive primeiro escândalo

Semanário italiano anuncia suposto relacionamento íntimo entre assessor de confiança de Francisco e um guarda suíço

Revelação coincide com criação de grupo para rever os departamentos administrativos e econômicos do Vaticano

FABIANO MAISONNAVE ENVIADO ESPECIAL A ROMA

No dia em que enfrentou o primeiro escândalo midiático de seu pontificado, ao ter um assessor direto envolvido em suposta relação íntima com um capitão da Guarda Suíça, o papa Francisco anunciou os termos de uma reforma administrativa na Cúria.

Ontem, o pontífice divulgou a implantação de uma comissão especial para ajudar na reforma de seus departamentos econômicos e administrativos.

A medida, escreveu o papa, tem como objetivo continuar "uma simplificação e racionalização dos organismos" do Vaticano.

Os moldes da comissão de ontem são semelhantes à que foi já criada para supervisionar o banco do Vaticano, instituição marcada, sob o pontificado de Bento 16, por graves acusações de lavagem de dinheiro, o que levou sua cúpula a renunciar.

Espera-se ainda a divulgação de cortes de gastos e modificações nos padrões de gestão no comando da Igreja Católica.

TIMING

A decisão foi anunciada no mesmo dia em que o semanário italiano "L'Espresso" noticiou que o monsenhor uruguaio Battista Ricca --recém-nomeado por Francisco para ser seu homem de confiança no banco do Vaticano--, teve um longo relacionamento íntimo com um capitão da Guarda Suíça.

A revelação foi classificada de "não crível" pelo porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.

Segundo a reportagem, a relação ocorreu entre 1999 e 2000, quando Ricca, 57 anos, era diplomata do Vaticano no seu país natal.

Ele teria se movimentado para que o guarda, responsável pela segurança da embaixada, morasse com ele.

Durante a temporada em Montevidéu, ele ainda teria sido espancado em um ponto de encontro gay e ficado preso durante toda uma noite com um jovem no elevador da embaixada do Vaticano.

Apesar da suposta quebra das regras de conduta da igreja, nenhum dos episódios teria envolvido violação de Ricca à legislação uruguaia.

A reportagem, assinada pelo experiente vaticanista Sandro Magister, diz que o comportamento de Ricca foi fartamente documentado, mas o material provavelmente sumiu devido ao "lobby gay" do Vaticano --termo usado pelo próprio papa em encontro privado com religiosos.

O monsenhor uruguaio ganhou a confiança de Francisco nos últimos meses por ser também o diretor da Casa de Santa Marta, onde o pontífice decidiu morar.

Fontes do Vaticano citadas pela publicação "National Catholic Reporter" dizem que os vazamentos sobre Ricca vieram de pessoas contrárias à reforma do banco.

CONSULTA

Ontem, Francisco também se encontrou novamente com o papa emérito Bento 16 para conversar sobre a viagem ao Brasil, onde participará da Jornada Mundial da Juventude, na próxima semana.


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