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Secretaria vai pedir à PF que apure sumiço de ossadas
Esqueletos podem ser de guerrilheiros do Araguaia
A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República informou que vai pedir à Polícia Federal investigação sobre o sumiço de ossadas com indícios de serem de guerrilheiros executados na guerrilha do Araguaia.
Em nota divulgada ontem, o órgão disse que "trata-se de suspeita grave" e que o "governo não medirá esforços" para esclarecer o caso.
A Folha revelou no domingo que um conjunto de cinco ossadas e um crânio, desenterrados do cemitério de Xambioá (TO) em 2001, desapareceram em Brasília.
No lugar dos esqueletos, a Polícia Federal identificou restos mortais de quatro crianças --ossadas de crianças ou adolescentes nunca foram alvo das buscas na região onde ocorreu a guerrilha do Araguaia, entre os Estados do Pará, Tocantins e Maranhão.
As buscas de 2001 foram coordenadas pelo então deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), à frente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
A Secretaria de Direitos Humanos também afirmou que fará uma vistoria na sala-cofre do Hospital Universitário da UnB (Universidade de Brasília) junto com membros da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. No local estão guardadas todas as ossadas (25, no total) retiradas do Araguaia em expedições realizadas desde a década de 1990.
Elas estão em Brasília à espera de exames de DNA.
Dos cerca de 70 guerrilheiros assassinados no Araguaia entre 1972 e 1974 (o Exército desapareceu com todos os corpos), somente dois foram identificados até hoje.
Rosa Cardoso, integrante da Comissão Nacional da Verdade, disse ontem que o grupo, diante da gravidade, também acompanhará o caso.