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Auditoria responsabiliza irmão de assessor de ministro por fraudes

CGU diz que Roger Minotto atuou como intermediário de repasses a uma entidade ligada ao PDT

Segundo o relatório, pedetista recebeu R$ 27,5 mil, mas não há recibos ou comprovantes

BRENO COSTA DE BRASÍLIA

Um irmão do chefe de gabinete do ministro Manoel Dias (Trabalho) é apontado em uma auditoria federal como responsável por supostas fraudes cometidas em convênio firmado pela pasta com uma organização não governamental ligada ao PDT.

Segundo a análise da CGU (Controladoria-Geral da União), Roger Tibúrcio Minotto, filiado ao PDT, atuou como intermediário de repasses da ONG catarinense ADRVale a profissionais supostamente contratados pela entidade para o convênio.

O ministério passa por uma crise desde que a Polícia Federal deflagrou duas operações que revelaram desvios de recursos públicos em convênios firmados pela pasta.

Na semana passada, na esteira da Operação Esopo, o número dois do ministério, Paulo Roberto Pinto, deixou o cargo. Outros três assessores já deixaram a pasta.

MINISTRO

O ministro Manoel Dias sofre pressão dentro de seu próprio partido, com forte divisão interna, para que deixe o posto. Roger Minotto é irmão do chefe de gabinete de Manoel Dias, Rodrigo Minotto.

Na época da auditoria feita pela CGU, Roger era o responsável pela unidade da ADRVale em Criciúma (SC).

Segundo o relatório de auditoria, ele recebeu cheques no valor total de R$ 27.517,35, todos eles assinados no dia 5 de maio de 2008.

Esse valor deveria ter sido distribuído por ele a profissionais contratados no núcleo de Criciúma.

No entanto, existe a suspeita de que o dinheiro tenha sido retido por ele. Os auditores relataram que não havia recibos ou comprovantes, "impossibilitando comprovar se todos os cheques emitidos foram de fato pagos para as pessoas devidas".

FILIADOS AO PDT

Os dados oficiais da ADRVale apontam que 15 pessoas que supostamente prestaram serviços para a ONG receberam o dinheiro, ainda que sem os comprovantes. Um cruzamento feito pela Folha mostra que, dessas 15 pessoas, 11 são filiadas ao PDT.

O valor envolvido pode ter sido maior. Isso porque, quando a auditoria foi feita, em 2008, a ADRVale havia gasto apenas R$ 920 mil de um total conveniado de R$ R$ 9,6 milhões --ou seja, cerca de 10% do total.

Segundo reportagem publicada pelo jornal "O Estado de S. Paulo", que reproduziu declarações de um ex-dirigente do PDT em Santa Catarina, dinheiro do ministério repassado à ONG foi usado para pagar atividades partidárias de militantes.

CONVÊNIO

O convênio do Ministério do Trabalho com a ADRVale foi assinado em dezembro de 2007. A aprovação de sua contratação ocorreu duas semanas antes, em audiência que contou com a participação de Rodrigo Minotto.

À época ele era vinculado indiretamente ao ministério: chefiava a seção estadual do Sine (Sistema Nacional de Emprego) em Santa Catarina. O órgão é vinculado e coordenado pela pasta.

Hoje, o ministério ainda analisa as prestações de contas de cinco outros convênios assinados com a ADRVale.

Roger não foi localizado pela reportagem para comentar o caso. Rodrigo, procurado via assessoria de imprensa, não havia se manifestado até a conclusão desta edição.


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