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Dilma diz que é 'absurdo' TCU mandar parar obras

Órgão fiscalizador recomendou paralisação de 7 projetos federais nesta semana

Para presidente, é preciso outro método para apurar suspeitas, porque custos gerados não são ressarcidos

DO ENVIADO ESPECIAL A RIO GRANDE (RS)

A presidente Dilma Rousseff criticou ontem o TCU (Tribunal de Contas da União) e afirmou que é "absurdo" paralisar grandes obras federais devido a suspeitas de problemas na execução.

O TCU divulgou nesta semana recomendação para que o Congresso não destine verbas a sete obras, por suspeitas de irregularidades. A lista inclui projetos de grande porte, como as ferrovias Norte-Sul e Oeste-Leste.

Ontem, ao responder questão sobre risco de paralisação da obra de uma rodovia no Rio Grande do Sul, incluída na lista do TCU, Dilma reclamou do órgão fiscalizador.

"Acho um absurdo paralisar obra no Brasil. Você pode usar vários métodos [para resolver o problema], agora, paralisar obras é extremamente perigoso. Porque depois ninguém repara o custo."

Dilma afirmou ainda que "a lei não prevê" reembolso dos prejuízos gerados pela parada dos projetos. "Você para por um ano, seis meses ou três meses e ninguém te ressarce depois."

Projetos de lei para retirar poderes do Tribunal de Contas estão em tramitação no Congresso. Ao longo dos anos, o Legislativo atuou para que menos obras estivessem sob influência do órgão.

A rodovia que motivou a pergunta e a reação de Dilma é a BR-448, na região metropolitana de Porto Alegre. Para o TCU, três contratos do projeto da estrada estão superfaturados. O órgão recomendou o bloqueio orçamentário da construção.

CRÍTICA REPETIDA

As críticas da presidente lembram as de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. No fim de seu segundo mandato, Lula atacava frequentemente entraves colocados pela "máquina de fiscalização".

Em 2010, também no Rio Grande do Sul, o então presidente citou o caso de uma estrada que teve obras interrompidas por meses para que se verificasse se um tipo de perereca era rara. "Coloca-se o Brasil todo a serviço das pererecas", ironizou.

As declarações de Dilma ocorrem em um momento em que o governo tenta destravar projetos para concluí-los antes do fim de 2014, quando ocorrem as eleições. A presidente nesta semana afirmou vem viajando mais pelo país porque é comum que o fim de mandato seja marcado pela entrega de projetos.

CEMITÉRIO DE OBRAS

À noite, durante visita à Zona Franca de Manaus, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), possível rival de Dilma em 2014, atribuiu ao governo federal a responsabilidade pelas recomendações de paralisações feitas pelo TCU.

"O Brasil é um cemitério de obras inacabadas não por culpa do TCU, mas da ausência de planejamento, de projetos que não são feitos adequadamente."


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