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Skaf quer barrar IPTU também no interior
Provável candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB, presidente da Fiesp promete ações em até 18 municípios
Peemedebista, que foi à TV celebrar suspensão do aumento do tributo na capital paulista, nega interesse eleitoral
Pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB, o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de SP), Paulo Skaf, prepara uma série de ações contra o aumento do IPTU pelo Estado.
Após acionar a Justiça contra reajustes do imposto municipal na capital e em São Sebastião (litoral paulista), obtendo a suspensão provisória dos aumentos, a cruzada da Fiesp e de Skaf pode atingir até 18 cidades.
Os três novos municípios onde a Fiesp já decidiu ir à Justiça são administrados por aliados de prováveis rivais de Skaf na eleição.
Diadema e São José do Rio Preto possuem prefeitos de partidos que integram o governo Geraldo Alckmin (PSDB), e Atibaia é comandada pelo PSD de Gilberto Kassab, também pré-candidato.
O presidente da Fiesp nega motivação eleitoral. "Eu não misturo as coisas. Onde se comprovar que houve uma situação absurda, a gente entra na Justiça. A Fiesp não tem amarração com partido", diz.
Skaf afirma que, após a ação na capital, vem recebendo denúncias de reajustes supostamente abusivos em todo o Estado. Setores técnicos da Fiesp analisam os pedidos para, segundo ele, evitar "reclamações vazias".
Um dos pedidos recebidos pela Fiesp foi contra a alta do IPTU em Bauru, cidade administrada pelo PMDB e onde o reajuste médio foi de 16%. Neste caso, a entidade considerou que não houve abuso.
"Estamos fazendo um tremendo pente-fino. Onde não há distorção que justifique ação judicial, não entramos", diz o peemedebista.
PROPAGANDA NA TV
Após a decisão que suspendeu o reajuste em São Paulo, em dezembro, Skaf estrelou comerciais da Fiesp na TV, nos quais celebrava o resultado.
Foi criticado pelo PSDB, que também havia questionado judicialmente o aumento do imposto e disse que ele estava usando dinheiro da entidade industrial para "promoção pessoal".
A Fiesp afirmou na época que tanto a campanha na mídia como o ingresso na Justiça haviam sido decididos por unanimidade pelo conselho da entidade.
Na ocasião, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), também acusou Skaf de agir com demagogia, porque a Fiesp não havia entrado com ações contra nenhum outro administrador.
Entre as prefeituras atualmente na mira do pré-candidato, São Sebastião afirmou que recorrerá da decisão que suspendeu o aumento.
A administração de São José do Rio Preto disse que o "novo questionamento" deverá ser anexado a um processo já existente. Na semana passada, um sindicato local já havia obtido liminar para derrubar o reajuste. A prefeitura impetrou ontem um agravo de instrumento para tentar reverter a decisão.
Diadema e Atibaia defenderam os critérios para a correção do IPTU e disseram não ter conhecimento de nenhuma ação judicial contra a medida até o momento.