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Mensalão as prisões

Mendes quer doações para ressarcir desvios

Em resposta a Suplicy, ministro do STF sugere que petista lidere campanha para recuperar verbas do mensalão

Ministro do Supremo havia criticado coleta de petistas na internet para bancar multas impostas pela Justiça

DE BRASÍLIA

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, sugeriu que um senador do PT lidere a realização de uma campanha de arrecadação para ressarcir "pelo menos parte dos R$ 100 milhões subtraídos dos cofres públicos" no caso do mensalão.

A sugestão de Mendes consta em uma resposta a um ofício do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que queria saber o motivo de Mendes questionar a legalidade das campanhas de arrecadação de recursos feitas por petistas condenados no mensalão.

"Eu próprio, sr. ministro, fui um dos doadores e procurei adotar a conduta inteiramente legal", diz Suplicy no ofício enviado ao STF.

O primeiro a lançar uma campanha de arrecadação foi José Genoino, que conseguiu R$ 700 mil para quitar sua multa de R$ 667 mil. O excedente foi enviado a Delúbio Soares, segundo a colocar um site de arrecadação no ar.

Delúbio conseguiu doações que somaram R$ 1 milhão --num único dia ele obteve R$ 600 mil. Como sua multa era de R$ 466 mil, doou o restante para o ex-deputado João Paulo Cunha (PT-SP).

O terceiro a lançar uma campanha de arrecadação foi Dirceu, na última quarta, para pagar multa de R$ 971 mil.

Após as primeiras críticas do ministro, o Ministério Público disse que já existem investigações sobre as doações.

Mendes diz ter certeza que Suplicy "liderará o ressarcimento ao erário" e que Delúbio Soares poderá emprestar sua "expertise" para colaborar na recuperação do dinheiro desviado pelo mensalão.

"Não sou contrário à solidariedade a apenados. Ao contrário, tenho a certeza que Vossa Excelência liderará o ressarcimento ao erário público das vultuosas cifras desviadas (...)" diz o ministro em trecho da carta.

Mendes destacou ainda trecho do artigo 5º da Constituição dizendo que "nenhuma pena passará da pessoa do condenado". Para ele, assim como a pena de prisão, a pena de multa é intransferível e restrita ao condenado.

"[A campanha de doações] em última análise sabota e ridiculariza o cumprimento da pena "" que a Constituição estabelece como pessoal e intransferível --pelo próprio apenado".

O coordenador jurídico do PT, Marco Aurélio Carvalho, que coordena a campanha de arrecadação, diz que "o tom intimidatório do ministro acabou não funcionando". A coleta para José Dirceu já conseguiu arrecadar 25% do necessário em 48 horas.


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