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Planalto tenta evitar que PMDB ajude a derrubar veto de Dilma
Congresso decide hoje se mantém projeto para criação de municípios
Com a ameaça de o PMDB votar contra projetos de interesse do governo no Congresso, o Palácio do Planalto entrou em campo para evitar a derrubada do veto da presidente Dilma Rousseff à proposta que abre caminho para a criação de cerca de 180 novos municípios no país.
Como a proposta tem a simpatia da maioria dos congressistas, o Planalto vai apresentar um projeto alternativo para tramitar no Legislativo. Em troca, espera conseguir manter o veto, que será analisado hoje.
Aprovada no ano passado, a proposta tem o potencial de criar cerca de 30 mil cargos públicos no país.
O projeto altera regras para a criação, fusão e desmembramento de municípios --hoje o país já tem 5.570.
O governo estima impacto de R$ 9 bilhões mensais aos cofres públicos --tendo como base o número de prefeitos, vice-prefeitos, servidores das prefeituras, vereadores e funcionários das Câmaras Municipais com o cálculo de salário médio de R$ 3.000.
"A ideia é direcionar os novos municípios para o Norte e Nordeste. O Sul já tem municípios demais", disse o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).
Como o governo tem ampla maioria no Senado, espera manter o veto com o envio da nova proposta. O veto só é derrubado se as duas Casas Legislativas --Câmara e Senado-- votarem contra a decisão de Dilma. Se o Senado mantiver o veto, a Câmara nem chega a analisá-lo.
A insatisfação do PMDB é maior na Câmara, onde o partido quer retaliar a possibilidade de perder o comando de um ministério.
No Senado, a maior resistência será convencer os congressistas favoráveis à proposta, especialmente o PTB, partido do autor do projeto, Mozarildo Cavalcanti (RR). O Planalto negocia mantê-lo na autoria da proposta, mas o petebista promete recusar.
"Por que não enviaram nenhuma proposta nos 12 anos em que discutimos esse projeto? Eu sou aliado, mas não concordo com tudo. É nos chamar de burros", diz ele.