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A Copa como ela é

Sem-teto reúne 15 mil em SP e ameaça 'junho vermelho'

Protesto, pacífico, bloqueou avenidas e fechou comércio na zona oeste

Líder do MTST diz que, se não houver mais investimentos em moradia, não vai ter abertura da Copa

DE SÃO PAULO

Um protesto organizado pelo MTST (Movimento de Trabalhadores Sem Teto) com apoio de grupos contra a Copa do Mundo nesta quinta (22), na zona oeste de São Paulo, reuniu 15 mil pessoas, segundo a Polícia Militar.

Ao fim do ato, o líder do MTST, Guilherme Boulos, ameaçou transformar o mês da Copa no "junho vermelho". Segundo ele, se não houver mais investimentos em moradia, não vai ter abertura da Copa, no dia 12.

A manifestação, que ocorreu de forma pacífica, bloqueou avenidas, fez o comércio fechar as portas e lotou estações de metrô da região.

O ato, que começou no largo da Batata, passou pelas avenidas Faria Lima e Cidade Jardim e terminou na ponte Estaiada. O MTST calculou o número de manifestantes em cerca de 20 mil.

Em seus discursos, Boulos vem elevando o tom contra os governos federal, municipal e estadual.

Porém, ele mantém boa relação com as gestões petistas da presidente Dilma Rousseff e do prefeito Fernando Haddad --Dilma os recebeu na semana retrasada e Haddad já subiu num carro de som do MTST para dizer que pretende transformar um terreno invadido pelo movimento em área de moradia popular.

Por causa do ato, o fluxo na marginal Pinheiros foi interrompido no sentido Interlagos e piorou o trânsito já travado de ontem --os próprios sem-teto ficaram "presos" no engarrafamento da av. Faria Lima, causado pelo excesso de carros e pela chuva.

O protesto passou por ícones do consumo de luxo, como o shopping Iguatemi, que fechou sua entrada principal.

O ato fez parte da série de manifestações organizadas pela Frente de Resistência Urbana, que tem como bandeiras a reforma urbana, com foco em moradia, emprego, saúde e educação.

A manifestação tinha o apoio do Comitê Popular da Copa, que, na semana passada, reuniu 1.500 pessoas num ato que acabou em confronto entre manifestantes e PMs.

Há duas semanas, o MTST invadiu sedes de empresas que construíram estádios que receberão jogos da Copa.

"Empresários e a Fifa tiveram seu pedaço do bolo. O trabalhador agora quer sua fatia", afirmou Boulos.

COPA COM SANGUE

Boulos disse que a situação da invasão "Copa do Povo", perto do Itaquerão, deve ser resolvida em audiência nesta sexta (23). Segundo ele, sem garantias de moradia às famílias, haverá resistência.

"Se a opção da construtora e dos governos for tratar a questão como caso de polícia e buscar garantir posse sem nada para as famílias, vai haver resistência. Se querem produzir uma Copa com sangue, essa é a oportunidade que eles têm."


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