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Cerveró diz que Pasadena foi 'acerto coletivo'

Ex-diretor da Petrobras isenta Dilma de responsabilidade na compra de refinaria nos EUA

DE BRASÍLIA

Em uma sessão esvaziada até mesmo pela bancada governista, o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró isentou, nesta quinta-feira (22), a presidente Dilma Rousseff de responsabilidade pela compra da refinaria de Pasadena (Texas). Para ele, o negócio foi fruto de uma decisão colegiada.

"Não considero Dilma responsável porque as decisões são colegiadas e, geralmente, são aprovadas por unanimidade", afirmou em depoimento à CPI da Petrobras, no Senado. "A compra de Pasadena [...] é responsabilidade de todos nós. Foi um acerto coletivo", disse.

A aquisição da refinaria gerou à estatal prejuízo de cerca de R$ 530 milhões.

Em 2006, o Conselho de Administração da empresa, à época presidido por Dilma Rousseff, autorizou a compra de 50% da refinaria de Pasadena, que pertencia à empresa belga Astra Oil.

Há dois meses, a presidente criticou o resumo feito por Cerveró que embasou a aprovação do negócio, chamando-o de "incompleto" por omitir a existência das cláusulas "Put Option" (determinando, em caso de discordância entre as partes, que a Petrobras seria obrigada a comprar os outros 50% das ações) e "Marlim" (dando à Astra Oil uma garantia de rentabilidade mínima de 6,9% ao ano).

O ex-diretor se defendeu das críticas e disse que não enganou Dilma. "Não enganei. Senão, teria enganado todo o conselho", disse. "O conselho aprovou [o negócio] sem restrição, e foi até elogiado."

Ele afirmou ainda que as cláusulas não eram determinantes para a decisão de comprar a refinaria. "Nós consideramos que essas cláusulas não tinham interferência e não representavam nenhum impedimento para a aprovação do projeto. Todas as informações foram colocadas no resumo, mas evidentemente que não todos os detalhes de um contrato de centenas de páginas", disse.

Segundo Cerveró, se o Conselho tivesse acesso às cláusulas, não haveria efeito nenhum. O ex-diretor não só defendeu a compra da refinaria como afirmou que o negócio é motivo de "orgulho".

Cerveró expôs também que o ex-diretor de Abastecimento da companhia Paulo Roberto Costa não participou das negociações. Sua atuação teria sido restrita à montagem da estrutura gerencial da empresa comercializadora que foi adquirida com a refinaria.

Mas relatório da Polícia Federal que faz parte do inquérito que apura a compra da refinaria afirma haver suspeita da existência de uma "organização criminosa no seio da empresa Petrobras" que patrocinaria desvio de recursos públicos para o exterior.

A oposição boicota a CPI no Senado por considerá-la "chapa branca" e tenta criar outra comissão sobre a Petrobras com a participação de deputados e senadores.


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