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STF vê indícios de propina para tucanos

Supremo manda investigar denúncia de ex-diretor da Siemens contra dois ex-secretários do governo Alckmin

Acusados de receber suborno do cartel dos trens, José Aníbal e Rodrigo Garcia dizem que delator mente

FLÁVIO FERREIRA MARIO CESAR CARVALHO DE SÃO PAULO

O ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello disse que depoimento de um ex-diretor da Siemens aponta "indícios do envolvimento" dos deputados federais José Aníbal (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM) no esquema de suborno do cartel que atuou no Metrô e na CPTM em São Paulo e decidiu mantê-los no inquérito do caso.

Os parlamentares deixaram secretarias do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) em abril para disputar as eleições de outubro. Ambos dizem que as acusações são infundadas.

Em decisão que se tornou pública na última quinta (5), o ministro excluiu do caso o senador Aloysio Nunes (PSDB) e os deputados federais Edson Aparecido (PSDB) e Arnaldo Jardim (PPS) por entender que não há indícios suficientes contra eles.

O inquérito sobre o cartel chegou ao Supremo em dezembro porque há indícios de que parlamentares, que só podem ser processados no STF, receberam suborno para ajudar empresas a obter contratos no Metrô e na CPTM.

A decisão relata que o "colaborador X" do inquérito apontou Aníbal e Garcia como envolvidos no esquema de suborno. "X" é o ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer. Em maio de 2013, a empresa delatou o cartel organizado para fraudar licitações de trens de São Paulo entre 1998 e 2008, em sucessivos governos do PSDB.

Mello também afirmou que "é cedo, muito cedo, para chegar-se a conclusão a respeito da participação, ou não, dos citados parlamentares" e pediu "o aprofundamento das investigações".

Everton Rheinheimer disse à Polícia Federal que tratou pessoalmente de propina com Garcia e um intermediário indicado por Aníbal.

O ex-diretor da Siemens afirmou que Garcia era um "ponto de contato" político para as empresas do cartel e que conversou "algumas vezes" com ele sobre o pagamento de "comissões".

Rheinheimer também disse à PF que depois recebeu indicação do presidente da CPTM, Mário Bandeira, para negociar com Aníbal, o que ambos negam que tenha ocorrido.

O executivo disse que "nunca" foi recebido pessoalmente por Aníbal, mas tratava com Silvio Ranciaro, ex-vice prefeito de Mairiporã (SP), que assessorava o político "informalmente em relação ao pagamento de propinas".

Rheinheimer também relatou que um diretor da CPTM disse a ele que Garcia, Jardim e Aparecido recebiam suborno. Sobre Aloysio, afirmou que o senador tinha "conexão" com consultores suspeitos de intermediar subornos.

O ministro Marco Aurélio determinou que sejam ouvidos Bandeira, Ranciaro, o ex-diretor da CPTM Antonio Hoshikawa e Jorge Fagali Neto, ex-secretário de Transportes.


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