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Mensalão - O julgamento

Para CGU, julgamento do mensalão ajudará a combater corrupção

O ministro Jorge Hage diz esperar que posições do STF sejam replicadas nas instâncias inferiores do Judiciário

Apesar das críticas à lentidão do Judiciário, Hage afirmou que o caso mostrou que as instituições funcionam

Alan Marques/Folhapress
Ministro Jorge Hage participa de conferência em Brasília
Ministro Jorge Hage participa de conferência em Brasília
DE BRASÍLIA

O ministro Jorge Hage, da Controladoria-Geral da União (CGU), disse ontem que o julgamento do mensalão, chamado de "farsa" por setores do PT, pode ser de "enorme ajuda" contra a corrupção.

Segundo ele, é preciso esperar para ver se as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) vão se replicar nas instâncias inferiores da Justiça e se as leis serão alteradas para agilizar os processos.

Para o ministro, a condenação de réus do mensalão foi decidida após o STF usar critérios "sem precedentes".

Entre os exemplos das "inovações", Hage citou a aceitação de provas colhidas por CPI e polícia antes da abertura do processo penal.

Por isso, Hage diz que é preciso aguardar se esse novo paradigma será utilizado pelos juízes, que não estão "acostumados" com os entendimentos do Supremo.

O ministro também apontou que a lentidão da Justiça é um "entrave terrível" e, por isso, o julgamento do mensalão não deve "iludir exageradamente". Para Hage, o sistema processual brasileiro é um dos "piores do mundo" por permitir sucessivos recursos para adiar a condenação.

O ministro disse que o foro privilegiado dos acusados do mensalão foi uma "ironia" porque acelerou o julgamento em "tempo recorde" por ser em apenas uma instância.

"O que era para ser um privilégio ironicamente acabou produzindo um resultado inverso porque essa foi a primeira de muitas ações importantes que ainda não foram julgadas e que tramitarão por 10 ou 20 anos sem chegar ao final", afirmou.

Apesar das críticas à lentidão, Hage afirmou que o julgamento do mensalão é uma "demonstração da independência do Judiciário e de que as instituições funcionam".

IMPRENSA

Hage participou ontem, ao lado da presidente Dilma Rousseff, da abertura da 15ª Conferência Internacional Anticorrupção.

Questionado sobre a afirmação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado no julgamento do mensalão, de que regulamentar a mídia é uma prioridade, Hage defendeu a imprensa "absolutamente livre".

"A imprensa é tão fundamental quanto órgãos de controle e de investigação. Não há como combater a corrupção sem uma imprensa absolutamente livre", disse.

Hage, contudo, afirmou que não conhecia as declarações de Dirceu e, por isso, não iria comentá-las.

Em seu blog, Dirceu disse que o PT "faz muito bem em eleger essa regulação como uma das principais metas a serem conquistadas em 2013, ao lado da reforma política tão imprescindível ao país e da luta para desconstituir a farsa do mensalão".

Mas, para o ministro, cabe ao Judiciário corrigir os excessos. "Há quem ache que os órgãos de controle atrapalham a gestão. No limite, a Constituição e a Justiça podem dirimir conflitos e tratar de eventuais excessos. É simples assim", afirmou.


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