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Direção da Câmara aumenta pressão para afastar pastor

Presidente da Casa pede saída de deputado que preside Comissão de Direitos Humanos e é acusado de homofobia

Partido decide reavaliar indicação após pedido de Henrique Alves, mas deputado diz que não pensa em renunciar

DE BRASÍLIA

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pediu ontem a saída do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Casa.

Feliciano é acusado por movimentos sociais de ser homofóbico e racista. Ele nega e diz que apenas defende posições comuns aos evangélicos, como ser contra a união civil homossexual.

Após mais um dia de protestos contra ele na reunião da comissão, o líder do PSC na Casa, André Moura (SE), e o vice-presidente do partido, pastor Everaldo Pereira (RJ), foram cobrados por Alves para que apresentem uma alternativa até terça, antes da próxima reunião do grupo.

Publicamente, Alves pediu "uma solução respeitosa" para o caso, mas avalia, segundo a Folha apurou, que a crise não deve terminar e pode contaminar outros setores.

O PSC ganhou o direito de indicar Feliciano porque o PT, que historicamente chefiou o grupo, desta vez abriu mão dele para presidir outras comissões, mais poderosas.

O presidente da Câmara lembrou aos líderes do PSC que não há dispositivo no regimento interno que autorize uma intervenção direta para afastar Feliciano. Por isso, apelou à cúpula do partido.

"Assumimos o compromisso de fazer uma avaliação principalmente do apelo do presidente para que a gente converse com o deputado para que analise a possibilidade de sair", afirmou Moura.

Segundo Alves, o problema está sendo discutido com a bancada do PSC. "Vamos encontrar uma solução", disse.

A assessoria de Feliciano afirmou ontem que não havia intenção dele de renunciar.

'RITUAIS MACABROS'

Desde que assumiu o posto, no começo do mês, o deputado tem sido pressionado. Ontem, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que ele "não é indicado" para ocupar o cargo.

A pressão pela sua saída cresceu após a divulgação de um vídeo, na segunda, com críticas aos seus opositores.

O material, posto no ar pela produtora de um assessor do deputado, e divulgado por ele no Twitter, chama de "rituais macabros" os atos contra sua indicação e questiona a conduta de seus opositores.

Deputados anunciaram ontem que entrariam com queixa-crime na Justiça contra ele. Querem que a Polícia Federal investigue a ligação de Feliciano com o vídeo.

A sessão de ontem na comissão foi suspensa após menos de uma hora por causa de protestos de movimentos sociais contra o deputado.

A pauta da sessão previa uma audiência pública, que foi inviabilizada por gritos de "Feliciano não me representa" e "Fora, racista". Cerca de 50 manifestantes ocuparam o plenário da comissão.

O deputado tentou exercer sua autoridade. "Hoje eu vou falar uma vez só: se atrapalharem, a Polícia Legislativa vai ter que agir", disse ele, que pouco depois se viu forçado a deixar o local, sob vaias.

O deputado Henrique Afonso (PV-AC) assumiu o comando da comissão, mas não conseguiu controlar os manifestantes e encerrou a sessão.

Feliciano tem outro problema para resolver. O ministro do STF Ricardo Lewandowski enviou uma intimação para que ele preste depoimento sobre a ação penal na qual é acusado de estelionato.

Segundo a denúncia, ele recebeu R$13,3 mil para realizar dois cultos religiosos no Rio Grande do Sul, mas não compareceu aos eventos.


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