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Tumulto marca protesto de docentes contra a prefeitura
Carro de secretário avança em direção a professores e caso para na polícia
Paralisação atingiu 60 das 108 escolas municipais, de acordo com professores; prefeitura fala em 20%
O protesto que reuniu cerca de 400 professores da rede municipal e paralisou as aulas em pelo menos 20% das escolas de Ribeirão Preto terminou em confronto com guardas e em um incidente envolvendo um secretário da prefeita Dárcy Vera (PSD).
Os manifestantes alegam que o governo, baseado em decisão judicial, elevou a quantidade de alunos em salas de aula em mais de 15% --teto previsto pelo Conselho Municipal da Educação--, o que o governo Dárcy nega. O motivo é a falta de docentes, o que gerou pesadas críticas contra o governo municipal.
Em meio a cartazes, apitos e gritos, professores e pais impediram a entrada e saída de pessoas no prédio, onde ficam as pastas da Educação e Planejamento, até que uma comissão fosse atendida.
O ápice da confusão ocorreu quando o secretário da Administração, Marco Antônio dos Santos, tentou deixar o prédio. Ele declarou que teve o carro cercado, que foi alvo de chutes e socos.
O motorista que dirigia o carro acelerou na direção dos manifestantes, que disseram ter tentado bloquear a passagem. Santos registrou boletim de ocorrência e afirmou que o motorista avançou em velocidade baixa. "Em momento algum pus em risco a vida de alguém."
O ajudante geral José Lisboa da Silva, pai de aluno, afirmou que pulou em cima do carro para tentar evitar que um grupo de professoras fosse atropelado.
O secretário disse que tentou conversar com os manifestantes para que liberassem a passagem mas, como não houve acordo, seguiu.
Superintendente interino do Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto), Santos deixava a secretaria, por volta das 11h, para ir à autarquia. Ele afirmou que irá identificar os professores que tentaram bloquear a sua saída por meio de câmera de monitoramento e puni-los administrativamente.
O delegado Wellington Francisco Caliman, da Delegacia Seccional, determinou a realização de uma perícia no carro do secretário.
Ele também solicitou cópias de imagens das câmeras de monitoramento do local.
A professora Ana Chiacchio, 46, disse que no momento em que houve a confusão um guarda civil municipal lançou spray de pimenta em docentes que estavam sentadas na porta da secretaria da Administração, o que foi negado pela corporação.