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Do calçado à calcinha

Cresce o número de confecções especializadas em 'roupas de baixo' em Franca, cidade onde a principal atividade econômica ainda é a indústria de sapatos

ISABELA PALHARES DE RIBEIRÃO PRETO

Depois de dez anos de trabalho como pespontadeira em uma fábrica de calçados em Franca, Sueli Maria da Silva se cansou da rotina e decidiu abrir no fundo de casa uma confecção de calcinhas.

Hoje, 20 anos depois, a confecção se transformou em uma fábrica de lingeries, a Frelith, com produção de 25 mil peças por mês, 40 funcionários e quatro lojas próprias na região de Ribeirão Preto.

Sueli foi a precursora de um migração, que se intensificou há cerca de cinco anos, de funcionários da indústria de calçados para empreender em pequenas confecções.

"Quando eu comecei na confecção, só tinha indústria de calçados aqui e todo mundo dizia que eu estava louca e que não daria certo", disse Sueli. "Hoje a cidade está cheia de confecções, não só de lingerie, mas de roupa".

De acordo com dados da Secretaria de Desenvolvimento de Franca, até 2008 eram cerca de 30 confecções na cidade. Com a crise econômica mundial no mesmo ano, que afetou o setor calçadista, o número de confecções cresceu, chegando a 122 no ano seguinte, em 2009.

Apesar disso, a indústria calçadista é a principal atividade econômica de Franca. São 732 empresas no setor, entre fabricantes de calçados e prestadoras de serviço, de acordo com o Sindifranca (sindicato das indústrias).

OUTROS CASOS

Sônia Regina Nunes montou a sua confecção em 2010, após 20 anos de trabalho também como pespontadeira de calçados. A onda de demissões no setor a encorajou a montar uma fábrica de lingerie na própria casa.

Sua confecção é pequena, com produção mensal de 150 peças, e as vendas são para "sacoleiros" e lojas de roupa da cidade. Com um faturamento de R$ 1.500 por mês, ela disse que "nunca mais" voltará a ser empregada.

"Não é fácil ter que administrar tudo e os investimentos são grandes em maquinário", disse. "Mas ganho mais do que com o pesponto e tomo minhas decisões."

No ano passado, a cidade contabilizou 320 confecções, que empregaram cerca de 1.300 pessoas. A maioria delas são empresas de pequeno porte, que empregam de dois a três funcionários.

Uma das maiores confecções da cidade, a Larulp, foi criada há sete anos para produzir lingeries, mas hoje sua principal aposta são as roupas de ginástica.

"A procura pelas roupas de ginástica é enorme e o custo de produção é menor", disse Mariana Zani, 24, diretora e filha dos proprietários da Larulp. "Para fazer um sutiã é preciso 27 itens, entre tecido, presilhas, lacinhos. A roupa não depende de nada disso."

A empresa fabrica 15 mil peças por mês -7.000 lingeries e 8.000 roupas de ginástica. Nos próximos anos, a empresa deve investir na produção de roupas comuns.

De acordo com Mariana, a expectativa de quem trabalha com confecção na cidade é de crescimento em todo o segmento de moda.

"Muita gente viu que as roupas de ginástica e a moda praia dão dinheiro e estão investindo nisso. Quanto mais gente, melhor é para o setor", afirmou a diretora.


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