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Gabriela Zafra não apresentava sinais de meningite, diz médica
Primeira profissional que atendeu a jovem prestou depoimento à Polícia Civil nesta 5ª
A primeira médica que atendeu Gabriela Zafra, 16, que morreu em 16 de abril por complicações de uma meningococcemia na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) de Ribeirão, disse à Polícia Civil que a jovem não apresentava sinais da doença.
Por isso, ela não pediu exames. No depoimento, prestado nesta quinta (5), a médica afirmou que é substituta e não faz parte da escala de serviços rotineiros.
Segundo a polícia, ela afirmou que é residente de um hospital em São Paulo e presta serviços à Comed (cooperativa de médicos) que, por sua vez, atende na UPA.
"Não há controle de troca de plantões e também não há restrições burocráticas quanto à atuação dos médicos", disse o delegado Adilson Massei.
"Os médicos decidem entre si quem irá trabalhar e depois avisam [a Comed]."
Segundo a polícia, ela afirmou ainda que os profissionais atuam sem supervisão.
No dia em que a médica atendeu Gabriela, segundo o depoimento, não havia especialista. A jovem morreu após passar por cinco atendimentos, em três postos de saúde.
Outros dois médicos ainda serão ouvidos pela polícia.
A advogada da médica, Edméia de Fátima Manzo, foi procurada por telefone, mas não foi encontrada. A Comed também foi procurada, mas ninguém quis se manifestar.
Em nota, a Secretaria da Saúde disse que residentes estão aptos a exercer a profissão porque são médicos graduados. Na terça (3), o secretário Stenio Miranda confirmou ao menos quatro falhas no atendimento a Gabriela.