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Entediante
É como franceses descreveram Ribeirão, que abriga a seleção do país para a Copa desde 2ª; delegação não conheceu a cidade
"Uma grande elite burguesa provinciana, industrializada e de negócios." Essa foi a imagem de Ribeirão para franceses na primeira semana de hospedagem da seleção da França na cidade para a disputa da Copa.
A descrição da cidade foi feita em uma reportagem do jornal "Le Monde", uma das mais importantes publicações da França, e relatada à Folha por jornalistas enviados para cobrir a Copa.
Em seis dias na cidade, a delegação francesa também destoou de outras seleções que estão no Brasil para o Mundial e não saiu pelas ruas de Ribeirão para conhecer a cidade que a abriga.
A Alemanha, por exemplo, conciliou treinos com programas típicos de turistas --recebeu a visita de índios na Bahia e navegou no oceano.
Já os holandeses, que golearam a Espanha por 5 a 1 na sexta-feira (13), conheceram o Cristo Redentor e a praia de Ipanema, no Rio.
"Uma cidade de tédio, mesmo que digam por aqui que suas noites podem ser, às vezes, mais bonitas que os dias", diz a reportagem.
Ainda segundo o jornal francês, Ribeirão fica a 400 quilômetros da praia mais próxima e se destaca pela existência de shoppings com lojas de luxo, restaurantes e condomínios fechados, em contradição com a periferia.
Em entrevista coletiva na quarta-feira (11), o atacante Giroud foi questionado se tinha interesse em fazer um tour por Ribeirão Preto.
Ele disse apenas que não vê "nenhum problema em conhecer a cidade", mas que a decisão não depende dele.
Desde que chegaram, na segunda (9), os jogadores só sairam do Hotel JP para ir aos treinos no estádio Santa Cruz e para entrevistas coletivas no Theatro Pedro 2º.
A Prefeitura de Ribeirão preparou uma programação cultural especialmente para o período da Copa para contemplar os --poucos-- turistas franceses.
Além do alegado tédio, a cidade também foi destacada no noticiário francês pelo temor de uma possível epidemia de dengue.
O jornal "Le Figaro" publicou que Ribeirão teve 144 casos nos primeiros quatro meses deste ano.
CALOR HUMANO
O contato com torcedores brasileiros, que começou tímido, no entanto, evoluiu ao longo da estada francesa.
Na chegada a Ribeirão Preto, jogadores e comissão técnica demonstraram não se empolgar com as cerca de 300 pessoas que os aguardavam no aeroporto e no hotel.
No dia seguinte, no primeiro treino aberto, se renderam: Karim Benzema jogou uma camisa para a torcida. Depois, outros distribuíram autógrafos, situação que se repetiu nos dias seguintes. O mais assediado é Benzema.
