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Sinfônica toca música erudita para adolescentes da Fundação Casa
Orquestra fez apresentação e tirou dúvidas de internos da unidade de Sertãozinho
Edson Silva/Folhapress | ||
Músicos da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto durante apresentação para os internos da Fundação Casa, ontem |
Cinco integrantes da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto fizeram uma apresentação para 101 adolescentes da Fundação Casa de Sertãozinho ontem à tarde.
O evento fechou o semestre de iniciação musical dos adolescentes, que, até este ano, não tinham familiaridade com o estilo tocado.
A primeira apresentação foi feita para 60 internos que são alunos do grupo de música da fundação. Os integrantes da sinfônica também tiraram dúvidas sobre os instrumentos musicais, como trompa e trompete.
Na sequência, os músicos da orquestra se apresentaram aos adolescentes do módulo 1 -os recém-chegados à fundação, que vivem em área separada na instituição.
De acordo com Rafael Ribeiro Freitas, 26, professor de música da fundação, os adolescentes recebem aulas periódicas de estilos musicais diferentes. Neste semestre, a música erudita foi escolhida pela Fundação Casa -apesar de os internos preferirem geralmente música popular.
Segundo o professor, quando o estilo foi anunciado, houve preconceito por parte dos adolescentes, que não conheciam o ritmo. "Eles associavam a música erudita às pessoas mais velhas. Hoje, eles estão mais abertos e preparados para ir a um concerto, por exemplo."
Um adolescente de 16 anos, apreendido por tráfico de drogas, é uma das apostas de Freitas, que disse que o menino é dedicado e tem jeito para a música.
O rapaz atribui o gosto pela música ao pai, que tinha uma banda de chorinho e tocava numa escola de samba. Ele entrou na fundação sabendo tocar bateria, mas também se apresenta com cavaquinho.
Um outro adolescente de 17 anos, que está na fundação por causa de roubo, teve o primeiro contato com a música lá dentro. Ele toca violão e quer continuar a prática quando deixar o local.
Segundo o garoto, foi interessante conhecer a música erudita, já que, antes, só ouvia funk e rap.
A gestora da orquestra Mariangela Quartim deixou a fundação satisfeita com o resultado da apresentação. "Esse tipo de evento é importante para todos. Para os músicos, que contribuem com o trabalho socioeducativo, porque é um encontro de músicos."