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Ribeirão

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Cresce na região nº de bebês de mães viciadas em crack

Problema comum em capitais já ocorre em cidades como Ribeirão e Franca

Cinco maternidades registraram neste ano cerca de 270 nascimentos com essas características

JULIANA COISSI DE RIBEIRÃO PRETO

Bebês que nascem com baixo peso, irritados e até em crise de abstinência. Efeitos do vício da mãe pelo crack, sintomas como esses são cada vez mais comuns em maternidades públicas também do interior paulista.

Cidades como Franca, Ribeirão Preto, São Carlos, Barretos e Araraquara repetem o que já constataram hospitais de capitais: sob o efeito da droga, grávidas vindas de cracolândias chegam em trabalho de parto às vezes sem terem feito o pré-natal.

Só neste ano, perto de 270 bebês de mulheres dependentes principalmente do crack nasceram nas Santas Casas desses cinco municípios -média de cinco recém-nascidos em cada unidade.

O crescimento ocorreu principalmente nos últimos três anos. Antes, segundo as mesmas maternidades, a média era de no máximo três.

"É um número muito alto. A maioria é de baixo peso, prematura e terá complicações", disse o obstetra Fabio Ponton, da Santa Casa de Ribeirão. A presença cada vez maior de mães usuárias, que muitas vezes omitem a dependência, obrigou hospitais como a Santa Casa de São Carlos a rever procedimentos.

"Quando desconfiamos que usam droga, sempre agora ativamos a assistente social para achar a família e conseguir um histórico melhor", disse a chefe de enfermagem Annie Jiupato Corrêa.

Na Mater, maior maternidades pública de Ribeirão, a proporção é ainda maior: 86 bebês nascidos neste ano eram filhos de dependentes -média de 7,8 por mês.

Casos de mães que recebem alta e abandonam o bebê são raros, mas já ocorrem.

A criança cuja mãe usou crack na gravidez é mais propensa a desenvolver transtorno de hiperatividade e desatenção, de acordo com o psiquiatra Erikson Furtado, da USP de Ribeirão Preto. Se a gestante combinou o crack com álcool ou outras drogas, o que é recorrente, os efeitos são ainda mais devastadores.

LAQUEADURA

Outro aspecto polêmico da realidade do crack entre gestantes já ocorre em maternidade públicas de todo o país: viciadas passam pelo procedimento da laqueadura.

Pelo menos cinco maternidades confirmaram à Folha que adotam a prática -duas no interior de São Paulo, duas na capital e uma em Porto Alegre (RS). Por lei, a mulher precisa ter mais de 25 anos ou mais de dois filhos e deve expressar por escrito sua vontade, sem ser forçada.


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