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Ribeirão

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Ato de motoristas faz passageiros esperarem quase 3 h por ônibus

Reivindicação é por melhores condições trabalhistas e implantação de intervalo fracionado

Sindicato diz que paralisação vai continuar até que haja um acordo com as empresas responsáveis

DANIELA SANTOS DE RIBEIRÃO PRETO

Metade dos ônibus da empresa Rápido D'Oeste, uma das quatro que atuam no transporte urbano de Ribeirão, não saiu da garagem ontem, véspera da alta da passagem do transporte público. O protesto deve seguir hoje.

A situação fez com que passageiros ficassem cerca de três horas nos pontos esperando a passagem dos ônibus no início da manhã e, até 50 minutos, no final da tarde.

O bilhete subiu para R$ 2,90 a partir de hoje (leia texto nesta página).

A paralisação na empresa, que tem frota de 104 veículos, é por melhores condições de trabalho, como banheiros e locais adequados para refeição, e intervalo fracionado -ao menos uma hora de almoço e descanso ao dia.

A auxiliar de cozinha Luana Lucas Mendes, 30, chegou atrasada ao serviço, depois de perder dois ônibus que passaram superlotados em intervalos de tempo maiores do que o normal.

"Os motoristas devem lutar pelos seus direitos. Eles não têm banheiros e comem as marmitas no meio de todo mundo nos pontos de ônibus, mas também precisamos trabalhar", afirmou.

Para tentar amenizar a espera à tarde, a empresa escalou seis ex-motoristas, que hoje trabalham internamente, para ajudar nas ruas.

Os ônibus não chegaram a sair da garagem e, segundo a Transerp (Empresa de Trânsito e Transporte Urbano), não houve aumento no fluxo de carros que circularam na cidade.

ESTRUTURA

Segundo o vice-presidente do Seeturp (Sindicato dos Empregados do Transporte Coletivo), Alcides Lopes de Souza Filho, os motoristas estão inconformados com a falta de estrutura trabalhista.

O motorista José Vieira, 51, afirmou que entra no serviço às 5h e volta para a garagem às 9h20 para o intervalo de almoço, onde espera até as 14h para continuar a jornada. "Eu praticamente moro na garagem", disse.

O motorista Ezio de Carvalho, 44, disse que, além de ficar à disposição da empresa o dia todo, sem ganhar pelas horas extras, também tem que guardar o dinheiro das corridas anteriores no bolso.

"Eles [supervisores] falam que o ônibus tem cofre, mas não tem condições de deixar o dinheiro lá. Depois que voltamos do intervalo, damos continuidade ao trabalho em outro veículo", disse o motorista Samuel Tozzi, 37.

A última paralisação da categoria aconteceu em maio do ano passado, quando os motoristas reivindicaram aumento salarial e pararam o centro com os ônibus estacionados nas principais vias. A greve acabou após a negociação de um reajuste de 7%.


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