Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Comprador está mais racional, diz pesquisa
Estudo revela que índice de satisfação após adquirir o veículo depende dos gastos ligados ao uso e à manutenção
Após mudar de região, consultora de projetos passou a deixar o carro na garagem e ir para o trabalho a pé
Para Jon Sederstrom, diretor da J.D. Power brasileira, o perfil passional do consumidor local está mudando.
"Quando vai para a concessionária, o brasileiro é prático. E muito se diz sobre a compra do carro ser emocional, mas o que vimos em nossa pesquisa é que o cliente está cada vez mais racional", diz o executivo.
Ele também afirma que, mesmo quando o consumidor não pondera o custo para se manter o carro, essa variável é fundamental após a compra. "Nosso estudo mostrou que 42% da satisfação do cliente está justamente ligada ao valor gasto durante seu período com o veículo".
CUSTOS FIXOS
Ex-dono de um Chevrolet Onix (o carro foi roubado recentemente), o analista de projetos Rodrigo Duarte, 30, diz que faz parte do grupo dos consumidores passionais: "Acho que é muito mais importante eu sentar no carro, gostar de dirigi-lo e me sentir feliz do que simplesmente pensar nos gastos".
Porém, Duarte afirma considerar alguns custos fixos. "Os valores de seguro podem atingir níveis estratosféricos, como os mais de R$ 4 mil pedidos para um Peugeot 307 que eu tinha. O valor das revisões também conta".
MUDANÇA
A consultora de projetos Daniela Cruz, 34, tem perfil racional. Ela usava seu Ford Fiesta 2011 para ir ao trabalho diariamente. Entretanto, a rotina com o carro foi alterada desde que se mudou da zona leste para a zona sul de São Paulo.
"Eu rodava cerca de 700 quilômetros por mês e, com isso, gastava quase R$ 500 mensais, descontando estacionamento", diz a consultora, que hoje pode dispensar o carro.
"Ando cerca de 20 minutos até o meu trabalho. Quando está chovendo ou muito frio, meu marido e eu pegamos um táxi e gastamos por volta de R$ 8,50", afirma Daniela.