Festival holandês Milkshake antecede Parada Gay em SP; veja destaques

As Bahias e a Cozinha Mineira é uma das atrações do evento, neste sábado (2), na Arena Anhembi

Rafael Gregorio
São Paulo

Nunca houve tanta visibilidade para artistas LGBT no Brasil e também para casos de violência contra gays e transexuais. Este é, afinal, o melhor momento da causa?

“São paradigmas estruturais seculares que estamos quebrando; isso leva tempo.”

A afirmação é de Raquel Virginia, que, ao lado de Assucena Assucena, divide as vozes d’As Bahias e a Cozinha Mineira —completam a formação o guitarrista e também compositor Rafael Acerbi e os músicos Rob Ashtoffen (baixo), Carlos Eduardo Samuel (teclas), Vitor Coimbra (bateria) e Danilo Moura (percussão).

As Bahias e A Cozinha Mineira
Grupo As Bahias e a Cozinha Mineira - Luiz Signorini/Divulgação

Escalado para o festival Milkshake, neste sábado (2), na Arena Anhembi, a partir das 16h, o grupo surgiu em 2015 e, desde então, tem se destacado na cena do rock e da MPB autorais com os repertórios de seus dois álbuns, “Mulher” (2015) e “Bixa” (2017).

A atenção se deve não só à qualidade do som, entre a MPB e o rock dos anos 1970, mas também à postura política. Virginia e Assucena são transexuais —ou travestis, como se definem— e militantes pelos direitos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis, Transexuais e Transgêneros).

“Não concordo que o nível de violência seja mais alto hoje. O que acontece é que agora há uma maior visibilidade da violência que sempre existiu”, reflete Assucena. 

Segundo ela, a ascensão de artistas e personalidades que se manifestam pela defesa dos direitos das minorias joga luz sobre episódios que, antes, passavam batidos, invisíveis.

Embora estejam em franca ascensão no meio independente e acumulem experiências contíguas ao mainstream, como em gravação com Daniela Mercury a ser lançada em breve, as cantoras veem uma espécie de chancela na escalação para o festival.

É a versão brasileira de um evento holandês criado em 2011, sob o mote de celebrar a diversidade. Esta segunda edição local antecede a Parada LGBT, no domingo (3), na avenida Paulista, a partir das 10h.

As Bahias e a Cozinha Mineira integram a escalação do palco principal, ao lado de nomes como a própria Daniela Mercury. O grupo cantará para público numeroso e alheio ao circuito alternativo —o palco principal tem capacidade para 15 mil pessoas, e o evento pode agregar 30 mil.

Programada para tocar às 22h30 no festival, a banda também faz temporada na Caixa Cultural neste mês. São repertórios e propostas distintas: intimismo na Caixa e explosivo no Milkshake.

O palco principal do evento ainda reúne nomes como Pabllo Vittar (2h de domingo), Preta Gil (21h), Wanessa Camargo (19h) e o grupo Balão Mágico (18h), que volta em formação original para celebrar os 35 anos.

Outros destaques são o rapper Rico Dalasam (20h30) e a cantora Gretchen (21h30), que se apresentam no palco We Love Your Soul.

O evento ainda inclui outros palcos, entre os quais um para apresentações de DJs, o Supertoys Stage. Nele, estarão reunidos nomes como a modelo transexual holandesa Valentijn de Hingh e o brasileiro Felipe Venancio, referência da house music no país.

 

Milkshake Festival
Arena Anhembi. Avenida Olavo Fontoura, 1209, região norte. Sáb. (2): a partir das 16h (abertura dos portões às 15h). 18 anos. Ingresso: R$ 180 a R$ 760, em milkshakefestival.com.br

As Bahias e a Cozinha Mineira - temporada na Caixa Cultural
Caixa Cultural. Praça da Sé, 111, região central. 2, 3, 7, 8, 9 e 10/6: 19h15. Livre. Grátis (retirar ingressos no local a partir das 9h nos dias das apresentações)

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