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Longa sobre o Joelho de Porco é como toda cinebiografia de rock deveria ser

Sobrinho de Tico Terpins revisita lugares e pessoas para retratar o artista, morto em 1998

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CENA DO documentário 'meu tio e o joelho de porco', em cartaz no festival in-edit
Tico Terpins, tema do documentário 'Meu Tio e o Joelho de Porco', em cartaz no In-Edit - Divulgação

Meu Tio e o Joelho de Porco

  • Quando Em cartaz no festival In-Edit: no Spcine Olido (9/6, às 17h), no CCSP (12/6, às 17h) e na Matilha (16/6, às 18h)
  • Produção Brasil, 2017
  • Direção Rafael Terpins

"Meu Tio e o Joelho de Porco" é exatamente como uma cinebiografia de rock deve ser. Capta os sentimentos e as atitudes do biografado, dá espaço para que as principais músicas da carreira sejam tocadas e insere sua trajetória nas transformações que o mundo sofre durante sua atuação.

No caso de Tico Terpins, morto por um infarto fulminante em 1998, são os 28 anos à frente de uma banda/conceito/família chamada Joelho de Porco que recebem tratamento carinhoso e acurado do cineasta Rafael Terpins. O sobrinho do artista revisita lugares e pessoas para o retrato.

O Joelho de Porco, que gravou quatro álbuns de 1974 a 1988, foi o pai de todas as bandas engraçadinhas que já pontuaram a história do rock brasileiro. Para quem se lembra do grupo apenas de algumas participações na TV, o filme expõe como fazer música com total liberdade já foi o norte de grandes artistas, dando a mínima para o mercado.

Não resta dúvida: Tico não criou um personagem engraçado. Ele era realmente o maluco, o cara que amou Beatles e resolveu montar bandas para dar vazão a muito humor.

É sintomático que os depoimentos de parentes e parceiros no filme tragam proporções iguais de memórias musicais e relatos de piadas e brincadeiras até cruéis que o roqueiro aplicava em todos.

O diretor usa a própria experiência para compor o lado familiar de Tico. Seria inevitável não idolatrar o tiozão rock and roll. Mas ele vai além ao realmente esmiuçar as idas e vindas do Joelho de Porco. Se o Brasil teve uma banda 100% punk, esta foi o Joelho.

Há uma figura na história que acaba ganhando contornos misteriosos: o argentino Billy Bond, que cantou na banda após uma saída temporária de Próspero Albanese, amigão e parceiro desde o início da banda.

Foi uma das fases de maior exposição do Joelho, com o sucesso "São Paulo By Day (Trombadinhas)", que abre com os versos "Andando nas ruas do centro/ cruzando o Viaduto do Chá/ eis que me vejo cercado/ trombadinhas querendo me assaltar".

A briga entre Tico e Bond foi feia. O cantor não quis dar depoimento para o documentário, e o diretor cobriu o rosto dele em muitas imagens que aparecem na edição final.

Não era fácil lidar com Tico. Seu lado brincalhão acabou sabotando chances de o Joelho expandir sua popularidade. Esse humor punk é o combustível para fantásticas canções como "Aeroporto de Congonhas" e "Mardito Fiapo de Manga". Por seu personagem único e essas pérolas de rock and roll, "Meu Tio e o Joelho de Porco" é obrigatório.

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