O artista plástico carioca Almir Mavignier morreu na segunda-feira (3), aos 93 anos, em Hamburgo, Alemanha. Ele tinha um tumor no cérebro.
Um dos pioneiros da arte concreta no Brasil, Mavignier fundou, junto com a psiquiatra Nise da Silveira, o ateliê de arteterapia no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro, nos anos 1940 —hoje, o hospital se transformou no Museu do Inconsciente.
Com Ivan Serpa e Abraham Palatnik, formou o primeiro núcleo de pintura abstrata do Rio de Janeiro. O interesse pela linguagem não figurativa foi despertado pelo contato com o crítico Mario Pedrosa.
Em 1950, uma visita à exposição dedicada ao concretista suíço Max Bill no Masp o transformaria. Foi ali que o jovem entrou em contato direto com a produção construtiva, que se torna sua influência central. No mesmo ano, fez sua primeira exposição individual.
Em 1951, o artista se mudou para Ulm, na Alemanha, onde frequentou a Escola de Design. Desde então, não voltou a viver no Brasil. “Ele não queria vir pois dizia que seu trabalho não era reconhecido aqui. Reclamava que as pessoas o chamavam de alemão”, relembra Flavio Cohn, da DAN Galeria, que representa o artista.
Depois da mudança para Ulm, seu trabalho se aproximou da arte óptica e foi exposto na Bienal de Veneza e Documenta de Kassel, em 1964. No ano seguinte, obras de Mavignier compuseram a exposição "Op Art, The Responsive Eye", no MoMA, em Nova York.
O galerista Cohn se lembra que Mavignier era muito rigoroso com o próprio trabalho. "Isso é percebido na sua precisão absoluta e clareza na produção e estética no resultado."
Mavignier deixa filho, neto e esposa.
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