'Claro que Laurie virou uma louca', diz Jamie Lee Curtis, de volta em 'Halloween'

Em novo filme, mocinha do clássico de 1978, agora com filha e neta, aguarda a volta de assassino

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Los Angeles

Jamie Lee Curtis estava de férias nas montanhas com o marido quando seu telefone tocou. Era o ator e afilhado Jake Gyllenhaal, que havia acabado de rodar “O Que te Faz Mais Forte”, dirigido por David Gordon Green.

“Ele me achou no meio do nada para dizer que teve uma das melhores experiências da sua carreira e que Green tinha uma ideia para um novo ‘Halloween’”, lembra Lee Curtis na varanda de uma casa cenográfica dos estúdios Universal, em Los Angeles. “Já fiz muitos filmes ruins na minha vida. Nunca pensei em voltar para a franquia, mas li o roteiro em uma noite e disse ‘sim’ na mesma hora.”

O novo “Halloween”, em cartaz no Brasil, é uma sequência direta do clássico de 1978 dirigido por John Carpenter, deixando de lado as sete sequências e dois remakes gerados pela franquia. 

O filme dirigido por Green e escrito por Danny McBride, dupla conhecida pelas comédias “Segurando as Pontas” (2008) e “Vice Principals” (2017), retoma a história de Laurie Strode (Lee Curtis), a babá que enfrentou um assassino mascarado na noite do Dia das Bruxas, 40 anos atrás.

Laurie agora é mãe de Karen (Judy Greer) e avó de Allyson (Andi Matichak), mas vive isolada em sua cabana enquanto espera o retorno inevitável de Michael Myers, ainda na prisão. “É um filme sobre trauma. Quando comecei a filmar, eu terminava minhas cenas e chorava, tremendo”, recorda-se a atriz.

“Quanto mais explorávamos o passado de Laurie, mais trauma aparecia. Afinal, ela acordou no dia seguinte aos ataques com todos os amigos mortos, mas seus pais diziam que ela estava bem e precisava ir para a escola. Claro que virou uma louca.”

Lee Curtis admite que o movimento feminista #MeToo teve influências durante as filmagens em Charleston, no estado americano da Carolina do Sul, mas que não foi essencial para a escrita do roteiro. “Quando eles conceberam a história, tudo ainda estava no ar”, diz ela. “Mas, em junho de 2017, o clima já havia mudado e nos encaixamos nessa onda das mulheres retomando a narrativa das suas histórias. Laurie é uma sobrevivente.”

Mas não deixa de ser irônico que “Halloween” estampe, já no início, o logotipo da Miramax, antigo estúdio de Harvey Weinstein, um dos primeiros poderosos de Hollywood a ser acusado de assédio sexual. “Claro que foi um problema. Mas fiquei feliz por terem mantido o logotipo, pois a Miramax não é ele [Weinstein].”

Reverenciada como Rainha dos Gritos, a atriz conta que deve sua carreira a John Carpenter e Debra Hill, criadores do “Halloween” original, mas que não vê filmes de horror. “Me assusto facilmente, fico com medo até de ver ‘Bambi’. Quando assisto a obras de terror, coloco a cabeça entre dois travesseiros e cantarolo ‘Au Clair de la Lune’”, brinca.

Mas o mundo não segue a mesma tendência. O novo “Halloween” estreou no fim de semana passado nos EUA com US$ 76 milhões de bilheteria (cerca de R$ 282 milhões). Foi a melhor estreia da franquia e a segunda melhor de um filme de terror —atrás apenas de “It: A Coisa” (2017), que rendeu US$ 123 milhões (R$ 456 mi).

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