Ana Carolina lança EP com 6 faixas e se diz órfã de um mundo que não existe mais

Cantora solta 'Fogueira em Alto Mar' e lamenta não haver mais lançamento de álbum

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mulher com as maos na cabeça
A cantora Ana Carolina - Pedro Dimitrow/Divulgação
Rio de Janeiro

Numa primeira impressão, pode parecer que Ana Carolina faz 20 anos de carreira fonográfica se adaptando a estes tempos de música ligeira, no qual artistas lançam digitalmente EPs ou singles. Mas não é bem assim.

"Fogueira em Alto Mar" é o nome do EP de seis faixas que a cantora soltou nas plataformas digitais. Na verdade, é metade de um álbum recém-gravado, que se completará com mais dois EPs de três faixas cada um, com lançamento em breve. A entrega do trabalho é fragmentada, mas o conceito de álbum permanece.

"Sou órfã de um mundo que não existe mais, essa coisa de disco, CD, de lançar um álbum. Dá pena", diz. Seu modo de compor segue o mesmo, juntando canções até ter um número suficiente para registrar um álbum. "Vou compondo, jogo umas fora, dou para outros gravarem. Quando tenho um pacote interessante, é hora de gravar."

Quanto à entrega, ela delegou a decisão à Sony, sua gravadora. Mas não concordou que o primeiro EP tivesse só quatro faixas. "Eu disse que iria estrear o show em junho, então era preciso colocar músicas novas na turnê e as pessoas teriam de conhecer antes de assistir ao show."

Quatro músicas mostram a cantora de baladas pop românticas, no estilo que a consagrou como grande vendedora de discos e dona de um barulhento fã-clube que transforma suas apresentações em festas de arromba. Mas há também a inclusão de dois sambas.

"Da Vila Vintém ao Fim do Mundo", parceria com Zé Manoel, aposta num tom retrô. Além da letra que brinca com palavras estrangeiras, uma tradição do samba que vem desde os anos 1940, a sonoridade é de um disco antigo, como uma música escutada num rádio de pilha. E foi escrita para Elza Soares, que canta com ela.

"A Elza me pediu uma música. Fiquei toda travada, nervosa, com medo de não acertar. Me juntei com o Zé Manoel, fizemos o samba e Elza foi generosa demais. Veio gravar, foi uma tarde maravilhosa."

O outro samba é uma regravação de "1296 Mulheres", que Moreira da Silva e Zé Trindade escreveram em 1953. "Eu e o Alê Siqueira produzimos o disco e conseguimos um clima de gafieira para os sambas."

Essas pitadas de samba em seus discos podem levar a algo maior. "Eu gostaria de lançar um disco de samba. Adoraria, mas não sei se vou conseguir. Poderia ter uns de minha autoria e algumas releituras."

A faixa escolhida para ser a música de trabalho do EP é um pop acelerado, "Não Tem no Mapa", com levada de violão de Rodrigo Suricato. É uma parceria com Bruno Caliman, autor de sucessos do pop e do sertanejo. Mas a cantora acha difícil medir atualmente a aprovação de uma canção.

"Fico nas redes sociais procurando o que as pessoas estão achando. A gente não tem direito essa medida. Antigamente, tinha uma música escolhida para tocar na rádio e a gente sabia se estava estourada ou não. Agora, com tantas maneiras de espalhar a música, não sei mais. A gente põe no show para ver no que dá."

Todas as músicas foram compostas em 2018. "Fogueira em Alto Mar", "Canção Antiga" e "O Tempo Se Transforma em Memória" são baladas sobre a busca do amor. "Quando tinha 16 anos, pensava que quando tivesse 40 e poucos iria estar com uma pessoa só, para envelhecer e ficar o resto da vida. Hoje, vejo como o amor se transforma, numa busca que não acaba."

Em turnê, Ana Carolina se apresenta em São Paulo em 26 e 27 de julho, no Tom Brasil. 

Fogueira em Alto Mar

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