Funarte anuncia orçamento de R$ 38 milhões e sistema de orquestras sociais

Verba mais do que dobrou em relação ao ano passado, quando foram investidos R$ 16 milhões

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Rio de Janeiro

O presidente da Funarte (Fundação Nacional de Artes), maestro Dante Mantovani, afirmou nesta quinta-feira (16), que o órgão terá um orçamento de R$ 38 milhões para investir em projetos em 2020. A Funarte fomenta áreas da cultura como as artes visuais, o circo, a dança, a música e o teatro.

Segundo dados obtidos pela reportagem com a instituição, o número representa um aumento de 137% em relação ao orçamento do ano passado para as atividades finalísticas, de R$ 16 milhões. O aumento segue tendência de recuperação do investimento nessas atividades, que teve início em 2018.

Em meio à recessão enfrentada pelo país, a Funarte teve o orçamento para as atividades finalísticas reduzido entre 2015 e 2018. Em 2015, foram investidos R$ 23,6 milhões. Em 2016, o valor caiu para R$ 12 milhões, atingindo R$ 7,3 milhões no ano seguinte. 

Mantovani apresentou a jornalistas 14 metas que a fundação pretende realizar neste ano, como o Sistema Nacional de Orquestras Sociais, com a implantação de um programa de orquestra-escola em todas as regiões do país. Segundo ele, o objetivo desse projeto é auxiliar a erradicar o analfabetismo, a pobreza e a violência.

Outra meta é a recuperação da infraestrutura dos imóveis da Funarte no Brasil. No Rio de Janeiro, serão elaborados projetos arquitetônicos para cinco espaços, entre eles o Cedoc (Centro de Documentação e Informação).

Mantovani também pretende estimular a cultura do mecenato, levando empresários a investir na arte. Está previsto, por exemplo, a criação do Sistema Nacional de Incentivo e promoção da Arte e aos Artistas.

Nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro em dezembro, como parte da reforma no quadro da Secretaria Especial da Cultura, Mantovani afirmou nesta quinta que é preciso acabar com o preconceito contra o artista e contra a Lei Rouanet.

O maestro Dante Mantovani
O maestro Dante Mantovani - Reprodução

Segundo ele, o governo vê com "bons olhos" as empresas que aportam recursos à lei, mas os empresários ainda têm preconceito.

“Eu já ouvi muitos departamentos contábeis reclamarem disso, que tem medo de patrocinar e dar problema contábil", disse.

Mantovani, que já gravou um vídeo dizendo que o rock leva ao aborto e ao satanismo, também afirmou que é necessária uma separação entre arte e política. "Quando você mistura os dois, não é arte, é propaganda ideológica."

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