Mario Frias e cineasta olavista batem boca por viagem a Nova York

Secretário da Cultura afirma em briga com Josias Teófilo que sofre tentativa de desgaste e que é associado ao nazismo

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São Paulo

Mario Frias, secretário especial da Cultura, o cineasta Josias Teófilo, diretor de um documentário sobre Olavo de Carvalho, e o manda-chuva da Lei Rouanet, André Porciuncula, bateram boca no Twitter nesta sexta-feira.

O motivo foi uma recente viagem do secretário especial da Cultura para encontrar a estrela do jiu-jítsu Renzo Gracie em Nova York —em dezembro, Frias foi para os Estados Unidos e gastou R$ 39 mil dos cofres públicos numa estada de cinco dias para debater um projeto audiovisual com Gracie.

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O diretor Josias Teófilo e o busto de Olavo de Carvalho, em sua casa em São Paulo - Karime Xavier -10.mar.2019/Folhapress

Teófilo fez uma postagem em tom crítico à viagem. "Na semana em que todo mundo está sendo chamado de nazista na internet, Mario Frias resolve se encontra com Renzo Gracie, recentemente biografado por Roberto Alvim, ao que tudo indica para fazer uma adaptação dessa biografia. E gastou R$ 39 mil do dinheiro público para isso."

Roberto Alvim foi chefe da Secretaria Especial da Cultura e foi demitido justamente por ter feito uma referência ao nazismo num discurso oficial. Ele agora vai lançar uma biografia de Gracie.

Em resposta ao tuíte de Teófilo, o secretário de fomento o chamou de mau caráter, mentiroso, canalha e vagabundo. Também afirmou que o cineasta tenta vincular Frias e Gracie ao nazismo.

Frias respondeu que "a intenção [de Teófilo] é desgastar como pode, não à toa tentou me vincular ao nazismo". "Fora isto, não deixa de ser esclarecedor que esta turma não saiba como sustentar o próprio empreendimento."

Em seguida, os três discutiram os modelos de financiamento da cultura e os limites de cachês de artistas que se apresentam com verba pública, captada via Lei Rouanet. Frias insinuou que Teófilo não sabe sustentar seu próprio empreendimento, ou seja, bancar seus próprios filmes.

Teófilo respondeu que, se a cultura deve ser financiada com recursos privados, o secretário de fomento público deveria entregar seu cargo. Em última análise, Porciuncula pode decidir quais projetos recebem ou não dinheiro da Lei Rouanet.

Nesta semana o governo federal delimitou novos tetos para artistas que utilizam a Rouanet e também os valores que novos projetos podem captar. Em paralelo, o debate público se voltou para o episódio do podcast ​"Flow"—num programa, o apresentador Monark defendeu que houvesse um partido nazista no Brasil.

Cineasta associado à direita, Teófilo dirigiu um documentário sobre Olavo de Carvalho, o mentor do bolsonarismo, que morreu recentemente. Já Frias é da ala ideológica do atual governo.

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