Por que o boto-cor-de-rosa tem essa cor e ganhou mitos dedicados a ele na cultura

Símbolo da Amazônia, a espécie tem machos que brigam pela conquista da fêmea apenas para abandoná-las depois com filhos

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São Paulo

"Onde é que boto mora?", pergunta o carimbó de Dona Onete. E logo em seguida, na música "Boto Namorador", a cantora e compositora paraense responde. Ele "mora nos rios, mora no mar".

Mas não é bem assim com o boto-cor-de-rosa, tema do quarto volume da Coleção Folha Fauna Brasileira para Crianças, que chega às bancas neste domingo, dia 9.

Página da Coleção Folha Fauna Brasileira para Crianças - Divulgação

Essa espécie, que é o maior golfinho de água doce do mundo, mergulha somente nos rios e apenas na Amazônia.

Aliás, a relação do animal com os banhados e afluentes da floresta é tão próxima que se tornou símbolo da região. É figurinha carimbada na cultura, no turismo e no dia a dia de ribeirinhos e indígenas.

Só que, mesmo assim, pouquíssima gente conhece de verdade o boto-cor-de-rosa. Por que tem essa cor, afinal? O livro, que custa R$ 22,90, ensina isso logo no começo.

O boto nasce cinza, assim como seus primos golfinhos. Mas ganha tons rosados ao longo da vida por causa de arranhões, cicatrizes e desgastes na pele, surgidas principalmente em brigas na hora de conquistar uma parceira. É por isso que machos são mais cor-de-rosa do que fêmeas.

Se não é à toa que o "boto namorador" tem esse nome, nem sempre a sedução acaba em pancadaria. A espécie tem outra artimanha no flerte, quando o macho captura com os dentes algum objeto nos rios, como um galho. Em seguida, ele tira essa peça da água e passa a exibi-la na superfície. A tática funciona como afrodisíaco.

Depois do acasalamento, porém, ocorre algo parecido com o que as lendas contam. Diz o folclore que o boto se transforma em um jovem boa-pinta, sempre com um chapéu para esconder o orifício respiratório na cabeça e pronto para seduzir as mulheres.

Passado o amor, ele desaparece e volta aos rios. Na natureza, é mais ou menos assim. O macho abandona a fêmea assim que pode, deixando o filhote aos cuidados da mãe.

"Além de simpático e sociável, o boto-cor-de-rosa tem relação profunda com as comunidades ribeirinhas e indígenas", afirma Rodrigo Pires, consultor técnico da coleção, que contou nesse livro com colaboração do Viva Instituto Verde Azul.

Os dados mais biológicos falam do sonar usado para se localizar nas águas turvas da Amazônia, da dieta baseada em peixes e do fato de a espécie correr risco de extinção.

"A ideia dos primeiros quatro livros foi abordar animais conhecidos, mas sempre com informações novas", diz Pires. Até outubro, 30 bichos serão apresentados na coleção.


COMO COMPRAR

Site da coleção: https://faunabrasileira.folha.com.br/

Telefone: (11) 3224-3090 (Grande São Paulo) e 0800 775 8080 (outras localidades)

Frete grátis: SP, RJ, MG, ES e PR (na compra da coleção completa)

Nas bancas: R$ 22,90 o volume
Coleção completa: R$ 664,10
Lote avulso: R$ 132,82

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