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Leonardo Sanchez

Lady Gaga e Bruno Mars confirmam ser maiores vozes pop da sua geração

Artistas se divertem com bom gosto em 'Die With a Smile', que antecipa o sétimo álbum da mais versátil das divas atuais

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Leonardo Sanchez
Leonardo Sanchez

Repórter da Ilustrada

Depois de rumores e provocações nas redes sociais, a parceria entre Lady Gaga e Bruno Mars se materializou na madrugada desta sexta-feira (16), com o lançamento da canção e do clipe de "Die With a Smile".

Simples, mas de muito bom gosto, ambos confirmam o que já estava claro para os fãs, mas talvez não para o público geral. Gaga e Mars são as maiores e mais versáteis vozes feminina e masculina, respectivamente, da sua geração do pop.

Lady Gaga e Bruno Mars na foto de divulgação de 'Die With a Smile'
Lady Gaga e Bruno Mars na foto de divulgação de 'Die With a Smile' - Divulgação

A dupla tem carreira conhecida pela experimentação —no caso da diva de "Bad Romance", não só na música. Enquanto gesta seu sétimo álbum de estúdio, ainda sem nome ou data de lançamento, Gaga divulga "Coringa: Delírio a Dois", incursão dos cinemas seguida do aclamado "Nasce uma Estrela", que lhe rendeu um Oscar, e da fábrica de memes "Casa Gucci".

E o que dizer de Bruno Mars, com seu gingado e sorriso que exalam um charme inerente a qualquer grande estrela pop que se preze? No clipe de "Die With a Smile", ele assume a pose de maioral, seduzindo o ouvinte enquanto Gaga se diverte, no que parece ser mais um dos personagens que criou para si ao longo da fértil e inventiva carreira.

Ela, aliás, está à vontade como há muito não se via. Deixar o campo do "pop farofa", basilar em sua carreira e que deu o tom do último álbum, "Chromatica" –ótimo, mas que pregou para convertidos–, fez bem para alguém que é muito mais do que um ícone do gênero.

Se seu sétimo álbum seguir o que vimos com "Die With a Smile", podemos esperar um trabalho que enfim mostre ao mundo sua maestria musical enquanto cantora, multi-instrumentista, performer e compositora de talento. Uma artista completa, como poucas no pop verdadeiramente são.

A apresentação nas margens do rio Sena, na abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, já havia indicado o poderio de Gaga –é difícil imaginar Taylor Swift ou Katy Perry, por mais talentosas que sejam, no papel assumido por ela.

Sua versão para "La Vie en Rose" em "Nasce uma Estrela", o medley de "A Noviça Rebelde" que cantou no Oscar de 2015, as faixas de jazz gravadas com o lendário Tony Bennett. Tudo alça Gaga ao panteão da música, algo que sua carreira pop por si só já sustentaria.

"Die with a Smile" é, ainda, uma colaboração que assume a vocação de dueto. Aliada à aura vintage de seu belíssimo clipe, remete a grifes de duas vozes como "Don’t Go Breaking My Heart", de Elton John e Kiki Dee, e "Ain’t No Mountain High Enough", de Marvin Gaye e Tammi Terrell.

Até "Shallow" entra nessa. Um clássico instantâneo, que Gaga entoou ao lado de Bradley Cooper, faz parte deste seleto grupo de músicas românticas, mas não modorrentas, em que a química exala sem grande esforço.

Não é a parceria comercial, arranjada por puro marketing de gravadora, que deixa transparecer que foi feita em estúdios separados, sem uma verdadeira mistura criativa entre as vozes. Ouvimos e vemos, no caso do clipe, um match perfeito.

"Die With a Smile" só aumenta as expectativas para o sétimo álbum de Gaga, que pelo visto deve tomar um rumo mais conceitual. Assim, a cantora alcança um nível de maturidade que poucas divas conseguem, sem ficar obsoleta ou nichada no meio do caminho.

Não é difícil imaginar, portanto, "Die With a Smile" sendo tocada por gays numa boate e, também, por vovós num almoço de família. Gaga e Mars querem o mundo, e eles o merecem.

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