Fabricante de motor para avião Rolls-Royce vai demitir 4.600 funcionários

Grupo britânico passa por dificuldade financeira há anos

Turbina da Rolls-Royce para Airbus A350
Turbina da Rolls-Royce para Airbus A350 - Paul Ellis/Reuters
Londres | AFP

O grupo industrial britânico Rolls-Royce anunciou nesta quinta-feira (14) que vai demitir 4.600 funcionários até 2020, principalmente no Reino Unido, com o objetivo de economizar 400 milhões de libras (US$ 535 milhões) por ano.

A Rolls-Royce, fabricante de motores de aviões e uma das principais fornecedoras para Boeing e Airbus, presente também na indústria militar e na indústria de energia, passa por dificuldades há vários anos e já adotou vários planos de reestruturação.

O plano apresentado nesta quinta-feira pretende "reduzir os níveis de hierarquia e sua complexidade" com o objetivo de "criar uma organização mais simples, mais dinâmica e mais saudável, com responsabilidades mais claras, uma produtividade maior e tomada de decisões mais rápidas", afirma o grupo em um comunicado.

A Rolls-Royce tem 55 mil funcionários em quase 50 países, incluindo 20 mil engenheiros.

Em 2017, documento divulgado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos afirmava que a Rolls-Royce repassou US$ 9,3 milhões a lobistas no Brasil. Eles, por sua vez, teriam pago US$ 1,6 milhão em propinas entre 2003 e 2013 para um funcionário da Petrobras que ajudou a empresas a conquistar meia dúzia de contratos.

A Rolls-Royce fez um acordo com procuradores da Operação Lava Jato pelo qual pagará uma indenização de R$ 81,2 milhões, segundo o Ministério Público Federal.

O acordo com o Brasil faz parte de um acerto maior, que inclui o Reino Unido e os EUA. A Rolls-Royce admitiu ter pago US$ 35 milhões em propina no Brasil, Tailândia, Cazaquistão, Angola e Iraque.

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