Fiesp dá 20 dias de prazo para registro de chapas para eleição; oposição contesta

Anúncio foi feito pela entidade nesta terça-feira

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São Paulo

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) determinou o dia 28 de setembro como data-limite para o registro das chapas que pretendem concorrer à eleição da entidade, marcada para o dia 5 de julho de 2021.

O anúncio foi feito nesta terça-feira (8) e assinado pelo atual presidente da federação, Paulo Skaf, e chamou a atenção de industriais.

Sede da Fiesp na avenida Paulista
Sede da Fiesp na avenida Paulista - Zanone Fraissat/Folhapress

“Por que quase um ano antes das eleições ter que fazer a chapa em 20 dias?”, questionou José Ricardo Roriz Coelho, atual vice-presidente da Fiesp e pré-candidato de oposição ao atual presidente, Paulo Skaf.

Segundo um apoiador de Skaf, não existe ilegalidade na data do anúncio das eleições. Ele afirma que em outros anos isso já havia sido feito com muita antecedência.

Roriz lançou sua candidatura em entrevista à Folha no fim do mês passado. Na ocasião ele havia reclamado de uso da federação pela chapa apoiada por Skaf.

“Eu só quero defender que o processo eleitoral seja amplo e transparente. Com regras claras e acessíveis. Isso não pode ser decidido usando as estruturas das casas em benefício de um candidato. O presidente não pode usar da estrutura das casas para impor um ou outro nome. Não pode fazer almoços, reuniões, usar o prédio e a infraestrutura para defender o candidato dele”, disse.

Segundo Roriz, nas outras eleições o prazo para registro das chapas era cerca de seis meses antes da eleição.

“Não dá tempo. Para que as pessoas possam entrar na chapa é preciso preparar toda uma documentação. Esse prazo de 20 dias, num período de pandemia, é fora do razoável”, diz. Roriz afirma que pretende ver quais ações legais podem ser tomadas nesse caso.

Skaf assumiu a Fiesp em 2004 e fez duas alterações no estatuto para seguir se reelegendo. Seu mandato atual termina em 2021.

No início do ano, no entanto, reportagem da Folha mostrou o descontentamento de alguns dos principais industriais de São Paulo com o que chamavam de militarização da Fiesp —a indicação de militares para vários cargos na entidade.

Ele anunciou que não concorreria novamente no dia 19 de agosto em uma reunião com cerca de 30 presidentes de sindicatos, que fazem parte da Fiesp, onde afirmou abriria mão de uma nova reeleição.

Skaf disse que já havia cumprido sua missão como presidente da entidade e que lançaria um nome para disputar a eleição em uma chapa que teria o seu apoio.

Em maio, a Folha noticiou que ele havia começado a se movimentar para tentar permanecer na presidência da entidade. Segundo pessoas ouvidas pela reportagem, no entanto, Skaf teria desistido por conta dos embates que se tornaram públicos na imprensa.

Ao Painel SA, a Fiesp disse que a data da eleição foi aprovada pela diretoria por unanimidade, como determina o estatuto. Segundo a federação, a comissão formada pelos juristas Ellen Gracie, Sydney Sanches, Almir Pazzianotto, Ives Gandra, e Cristina Mattioli também teve a aprovação da direção, e é ela quem determina os prazos.

"Com a instalação da Comissão, é ela que passa a dirigir os trabalhos eleitorais (artigo 31 do Regulamento Eleitoral). A Comissão determinou que a Fiesp publicasse na terça-feira 8/9/20 o edital para divulgação da data, hora e local das eleições, com prazo estatutário de 20 dias para registro de chapa (artigo 6 do Regulamento Eleitoral)", afirma a federação.

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