Fintech de R$ 26 bi, Bolsa na contramão do exterior e o que importa no mercado

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Creditas capta R$ 1,4 bilhão

A fintech Creditas anunciou nesta terça-feira (25) que recebeu um aporte de US$ 260 milhões (R$ 1,4 bilhão) na sua rodada Série F, que avaliou a empresa em US$ 4,8 bilhões (R$ 26,4 bilhões).

Ao todo, a startup já arrecadou US$ 829 milhões (R$ 4,5 bilhões) em seis captações.

O investimento: o aporte foi liderado pela gestora global Fidelity Management, que tem mais de mais de 40 milhões de investidores e US$ 11,1 trilhões (R$ 60,2 tri) em ativos sob gestão.

A empresa: fundada em 2012 pelo espanhol Sergio Furio, a fintech é especializada em empréstimos com garantia de imóveis ou veículos e promete taxas mais baixas que as cobradas pelas instituições tradicionais.

Sergio Furio, fundador e presidente executivo da Creditas - Marcelo Justo - 28.set.2017/Folhapress

Para onde vai a grana: os recursos serão destinados para ampliar a base de clientes, investir em tecnologia e acelerar sua expansão no México.

A empresa também está de olho em novas aquisições. No ano passado, comprou uma fatia da fabricante brasileira de motos elétricas Voltz por R$ 95 milhões.

Outros negócios: em setembro, fechou uma parceria com o Nubank, em que o banco digital poderá nos próximos dois anos se tornar acionista minoritário da fintech, com até 7,7% das ações.

Um IPO (oferta pública de ações) também está nos planos da Creditas. O Pitchbook, site que acompanha o investimento em startups, colocou a fintech como uma das 21 candidatas latinoamericanas a fazer a abertura de capital.


​Bolsa dispara em dia de queda nos EUA

A Bolsa brasileira voltou a ignorar, nesta terça, as quedas nos índices do exterior e fechou em forte alta, de 2,10%, a 110.770 pontos. É o maior patamar para o Ibovespa desde o final de outubro do ano passado.

O dólar caiu 1,30%, a R$ 5,4340, refletindo a maior entrada da moeda no país, tanto de investimento estrangeiro quanto de ganhos dos exportadores de commodities.

Lá fora: os índices americanos encerraram em queda, com destaque para o Nasdaq, que recuou 2,28%. Os investidores acentuaram a retirada de capital de ativos de risco à espera da decisão de política monetária do Fed desta quarta.

O banco central americano deve sinalizar o ritmo da elevação das taxas de juros do país e da redução do seu balanço de ativos, medidas tomadas para tentar esfriar a inflação.

Operadores observam flutuação de índices em monitor na Bolsa de Valores de Nova York (EUA) nesta terça (25)
Operadores observam flutuação de índices em monitor na Bolsa de Valores de Nova York (EUA) nesta terça (25) - Brendan McDermid/Reuters

O que explica a alta do Ibovespa, na contramão do exterior:

  • Commodities e bancos: pouco afetadas pela tendência de alta dos juros, as empresas desses setores têm um peso relevante no índice e estiveram entre as maiores altas do dia. A Petrobras, por exemplo, subiu 3,26%, refletindo o avanço de 1,81% do petróleo.
  • Capital estrangeiro: os gringos colocaram R$ 20 bilhões na Bolsa brasileira entre o começo do ano até o dia 21. Segundo os analistas, é um movimento na direção de ativos baratos. Também há uma visão de que é um fluxo em busca de ganhos no curto prazo.

Mais sobre a Bolsa:


A startup que quer digitalizar o Brás

A startup Zax, que recebeu um aporte de R$ 32 milhões em outubro, quer digitalizar um dos maiores polos de vestuário atacadista do Brasil: o Brás.

Entenda: a empresa desenvolveu um marketplace que faz a ponte entre os atacadistas e os lojistas de todo o país. A ideia é diminuir os custos de viagens até o local e de intermediários que fazem as compras presencialmente e enviam os itens para os comerciantes.

A plataforma unifica a oferta de produtos de roupas, maquiagens, acessórios para celular e até produtos para pets. São mais de mil fornecedores cadastrados e 50 mil compradores.

Bruno Ballardie (à esquerda) e Fernando Zanatta, fundadores da Zax
Bruno Ballardie (à esquerda) e Fernando Zanatta, fundadores da Zax - Divulgação

Em números: o atacado faturou R$ 287,8 bilhões no Brasil em 2020, segundo associação do setor, e a startup afirma que a participação do ecommerce nesse resultado é inferior a 1%. No varejo, as vendas online respondem por cerca de 10% do total.

Por falar em varejo, a Zax repete uma estratégia das gigantes do ecommerce brasileiro ao oferecer serviços financeiros para os vendedores de sua plataforma. Dessa forma, ela une, de um lado, demanda, soluções de pagamento e de logística, e de outro, crédito para capital de giro e outros tipos de financiamento.

Mais sobre startups:

Conheça a Água Camelo, que distribui filtros de água portátil para pessoas em situação de vulnerabilidade. A empresa foi selecionada no ano passado pelo programa Aceleradora 100+ da Ambev.


Brasil e mais 5 convidados para a OCDE

Os membros do conselho da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) aprovaram, nesta terça, que o Brasil inicie formalmente as negociações para ingresso na entidade.

O mesmo convite foi feito para Argentina, Peru, Bulgária, Croácia e Romênia.

Entenda: conhecida como "clube dos países ricos", a organização é composta atualmente por 38 nações e reúne países democráticos com economias de mercado sólidas. O Brasil tem a expectativa de que a adesão à OCDE aumente a confiança dos investidores no país.

A entidade teve participação importante nas negociações para o acordo sobre o imposto mínimo global, fechado no ano passado.

O que acontece agora: inicia-se um processo negociador que deve durar pelo menos dois anos, mas a média dos últimos que entraram foi de quatro anos. A confirmação do ingresso depende de um consenso dos países do grupo.

Exigências: para fazer parte da OCDE, o Brasil precisa se adequar a 251 instrumentos normativos da entidade. Por enquanto, o país aderiu a 103.

  • Na carta-convite enviada aos países, a entidade incluiu obrigações de redução de desmatamento e de mitigação de mudanças climáticas previstas no acordo de Paris.
  • Marcelo Guaranys, secretário-executivo do Ministério da Economia, reconheceu, em entrevista à Folha, que os desafios ambientais e tributários serão os temas mais complexos na negociação.

Promessa: para agilizar seu ingresso na organização, o governo disse que irá zerar até 2029 o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre operações de moeda estrangeira.


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